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Vicente Alencar

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Irã confisca cães de estimação para combater a 'vulgar cultura ocidental'

Irã confisca cães de estimação para combater a 'vulgar cultura ocidental'

25 de junho de 2016
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Um cachorro em um abrigo para animais em 19 de fevereiro de 2016 na cidade de Hashtgerd, no Irã
Os donos de cachorros de uma cidade iraniana estão indignados depois que as autoridades locais decidiram confiscar seus animais de estimação para lutar contra a "vulgar cultura ocidental", segundo o jornal Shahrvand e a Sociedade para a Proteção dos Animais do país.
Pessoas com documentos indicando que pertenciam ao serviço veterinário municipal "vieram na semana passada à minha casa e levaram meu cachorro com o pretexto de vaciná-lo", contou ao jornal um cidadão de Shain Shahr, na província de Ispahan (centro).
Mas quando o homem, cuja identidade não foi revelada, compareceu ao serviço veterinário da cidade, não encontrou registros do seu cachorro.
O jornal afirma que os confiscos de cachorros são resultado de uma decisão do promotor da cidade, Mohsen Boosaidi.
"Ter um cachorro como animal de estimação é 'haram' (proibido), de acordo com líderes religiosos", afirmou Boosaidi na semana passada à agência de notícia Fars.
"Se descobrirmos que alguém possui e cuida de cachorros e que, portanto, está propagando a vulgar cultura ocidental, lidaremos com eles com firmeza", acrescentou o promotor.
Os confiscos de cães começaram em Shahin Shahr três dias depois das declarações do promotor, segundo Shahrvand.
O presidente da Sociedade para a Proteção dos Animais do Irã, Javid Al-e Davud, criticou esta operação "ilegal", afirmando que o promotor estava "totalmente equivocado" sobre a atitude islâmica em relação aos cachorros.
"Possuir cachorros não é considerado 'haram' em nenhum livro religioso. Associar a posse de cachorros com a cultura ocidental é distorcer a história do islã e da civilização iraniana", disse Davud em uma carta à promotoria, publicada no site da organização.
No islã, os cães são considerados 'najes' (sujos), e a polícia multa, com frequência, pessoas passeando com estes animais.
No entanto, de acordo com vários líderes religiosos e conforme foi estabelecido pelas autoridades iranianas, é permitido ter cachorros que tenham uma função clara, como proteger propriedades ou outros animais, caçar, farejar drogas ou guiar cegos.

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