Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quinta com Verso e Viola – 55ª Edição


CLUBE DA VIOLA
Informativo Eletrônico
Ano V – nº. 61 – Novembro de 2012
 
Quinta com Verso e Viola – 55ª Edição
A Águia do Improviso   X   O Uirapuru do Repente
 
Quem for ao Teatro do SESC na última quinta de Novembro desfrutará, certamente, de uma noitada inesquecível de repentes geniais e da mais pura poesia popular nordestina. Será uma dessas noites que deleitam a alma e ficam para sempre na memória daqueles que aplaudem e valorizam a mágica Arte da Cantoria de Viola e acreditam que a difusão das manifestações populares é fundamental para a preservação da identidade de um Povo.
Encerrando em grande estilo o calendário de eventos 2012 o Clube da Viola brinda mais uma vez o público de Fortaleza, trazendo dois poetas cantadores titulares absolutos da seleção principal da Arte do Repente: Ivanildo Vila Nova e Zé Viola.
 
 
Ivanildo Vila Nova
 
A Águia do Improviso
I
Num profundo deserto sem ter fonte
Já surgiu um regimento igualitário
Onde um justo já sexagenário
Fez erguer-se a cidade Belomonte
Para então vislumbrar um horizonte
Sem maldade, sem crime e sem dinheiro
Sem bordel, sem fiscal, sem carcereiro
Mas, foi morto e tomado por selvagem
A História fará sua homenagem
À figura de Antonio Conselheiro.
II
Pelo vaqueiro que vaga,
Por Pinto e sua viola,
Por Zumbi, o quilombola,
Conselheiro e a sua saga,
Pelo baião de Gonzaga,
A luta de Virgolino,
O barro de Vitalino
E pelo Menino de Engenho
Por isso tudo é que tenho
Orgulho de ser nordestino!
III
Dividindo a partir de Salvador
O nordeste seria outro país:
Vigoroso, leal, forte e feliz,
Sem dever a ninguém no exterior.
Jangadeiro seria o senador,
O caboclo da roça era o suplente,
Cantador de viola o presidente
E o vaqueiro era o líder do partido...
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente!
 
 
Zé Viola
 
 O Uirapuru do Repente
I
É feliz quem jamais sofreu com fome,
Mas aquele que dela se aproxima
Quando vê o alimento pula em cima
E depois de pegar não tem quem tome.
É por isso que o menor sem nome
Se obriga a roubar de punho armado.
O fantasma da fome é tão malvado
Que despeja temor em todo ente.
Terá paz o Brasil futuramente
Socorrendo o menor abandonado.
II
Vejam quanto que se diferencia
Quando morre um poeta violeiro:
O cortejo é sem carro de bombeiro;
O jornal principal não noticia;
Um velório sem fila de “espia”;
Homenagem sem tiros de canhão;
No enterro não tem televisão,
Porque poucos conhecem o seu valor...
Quando morre um poeta cantador
Se apaga uma estrela no sertão!
 
 
 
Águia do Improviso versus o Uirapuru do Repente! A argúcia da Águia, desbravando os céus do conhecimento, plainando sobre os mais altos picos da poesia e o canto mavioso do Uirapuru, embevecendo, extasiando corações. Imperdível!!
 
 
Serviço
Evento: Quinta com Verso e Viola – 55ª Edição
Convidados: Ivanildo Vila Nova e Zé Viola
Local: Teatro SESC Emiliano Queiroz – Av. Duque de Caxias 1701 – Centro – Fortaleza/CE.
Data: 29/11– 20 Horas
Organização: Clube da Viola
Informações: Orlando Queiroz: (85) 9998.0827 - 8547.9960 - violanordestina@yahoo.com.br
 
Apoio Cultural
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Este é o Informativo Eletrônico do Clube da Viola cuja finalidade é atualizar os admiradores da Arte do Repente sobre as
suas atividades. Se, entretanto, você não quiser mais receber as mensagens do Clube da Viola, responda este correio com a palavra "excluir”.
 
 
 



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... Não serei domesticado, /  Pelos rebanhos / Da terra. / Morrerei inocente / Sem nunca ter /Descoberto / O que há de bem e mal / De falso ou certo / No que vi.”  Roberto Piva***
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Sei que nunca terei o que procuro/ E que nem sei buscar o que desejo,/ Mas busco, insciente, no silêncio escuro/ E pasmo do que sei que não almejo.- Fernando Pessoa
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Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.”   (F Nietzsche)
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Obscena não é a fotografia de uma mulher nua que expõe os pêlos do púbis, mas a de um general uniformizado que ostenta as suas medalhas conquistadas numa guerra de agressão; obsceno não é o ritual dos hippies, mas a declaração de um alto dignatário da igreja afirmando que a guerra é necessária para a paz. (MARCUSE, Herbert. An Essay on Liberation, p. 8)
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