Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

domingo, 7 de julho de 2013

Ídolo brasileiro Alceu Valença completa 67 anos nesta segunda

Ídolo brasileiro Alceu Valença completa 67 anos nesta segunda




Pense em um artista que não esquece suas raízes. Naquele que, sempre que tem oportunidade, leva a cultura brasileira para diversos países, arrastando multidões e deixando um rastro de felicidade por onde passa. Esse é Alceu Valença . Mas é bobagem tentar classificá-lo. Muitos Alceus cabem em um.
São Bento do Una, no sertão de Pernambuco, deve ter muito orgulho desse filho famoso: Alceu nasceu por lá, em 1° de julho de 1946. E enganou-se quem pensou que aquela criança, nascida em família de empresários e políticos, seria igual às outras. A inquietude tomou conta dele desde muito cedo. Já aos quatro anos Alceu participou de um Concurso Infantil no Cine Teatro Rex na sua cidade natal, cantando "É Frevo Meu Bem" e recebeu a segunda colocação. O ritmo e os acordes já conquistavam o menino e ele já dava sinais de que sua veia artística não poderia ser ignorada.
Pouca gente sabe, mas em 1959 Alceu começou a jogar basquete pelo Clube Náutico Capibaribe e pela seleção pernambucana. Porém o esporte não bateu tão fundo quanto a música. Por insistência dos pais foi estudar Direito, e se formou. Atuou algum tempo como jornalista, sem nunca abandonar sua paixão por maracatus, cocos e repentes de viola. Foi, inclusive, durante a faculdade que o cantor deu o pontapé inicial na participação em festivais de música, sempre obtendo boas colocações.
Na década de 70 ele resolveu lançar um disco e pediu ajuda ao amigo Geraldo Azevedo. Surgiu então, em 1972, Alceu Valença & Geraldo Azevedo, a estreia dos cantores já no Rio de Janeiro. Somente oito anos mais tarde, finalmente, Alceu foi conhecido pelo grande público. A música Coração Bobo ficou entre as mais tocadas e conquistou multidões. Na sequência, veio Tropicana. O disco Cavalo de Pau, lançado em 1982 vendeu mais de 500 mil cópias. Foi o primeiro estouro de vendas da carreira de Alceu.
Durante esses 40 anos de carreira, Alceu já levou sua música para muitas cidades aqui e lá fora. Brasileiros que moram no exterior matam um pouco da saudade do país através das suas canções e de seus shows. Em suas primeiras músicas, o cantor se dizia "o porta-voz da incoerência" e afirmava que "já perdeu o medo da força do vento que sopra e não uiva, em água da chuva que cai e não molha, já perdeu o medo de escorregar".
Mas parece que a excitação adolescente ainda está presente na vida dele. Sua nova vereda é "A Luneta do Tempo", um longa que tem previsão de lançamento para até o fim desse ano. Nele, Alceu é roteirista, produtor musical e diretor. "Quando decido fazer alguma coisa, vou fundo, entro de cabeça, trabalho com obstinação", explicou em recente entrevista. A produção ocupa o tempo do cantor há 12 anos e o resultado é tão positivo que Alceu tomou gosto pela coisa e já prepara um documentário sobre sua carreira "marginal e contestadora" na década de 70.
Nos shows, suas canções de maior sucesso como "Tropicana", "Anunciação", "Belle du Jour" e "Táxi Lunar", não podem ficar de fora. No entanto, uma multiplicidade de formatos podem ser aplicados. "No São João, eu viro baião", reforça Alceu, que, durante as outras épocas do ano dá outros tons às apresentações. E assim ele passeia entre a pegada roqueira, os arranjos eruditos e os metais que garantem autenticidade aos frevos.
Alceu não gosta de comparações e faz questão de manter sua personalidade. Aliás, a integridade é um dos seus pontos fortes. "Jamais faço concessões para o sucesso fácil, para as jogadas meramente comerciais. Minha principal contribuição para a música brasileira é fazer sempre uma arte absolutamente verdadeira", diz.
Poeta e intérprete carismático, Alceu possui uma obra que mistura as raízes nordestinas com o pop e o rock e já lançou 29 discos. Eclético, quando o assunto é dar o seu recado musical, se apresenta em festivais de jazz ou de rock. Com tanta diversidade em sua vida e obra, Alceu é ou não a cara do Brasil?

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