Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A PALAVRA Fátima Azevedo

A PALAVRA
Fátima Azevedo
(Da SOBRAMES-CE).

Minha quarta dimensão. Nada premeditado. Nada planejado. Vão fluindo, vão brotando e eu não tenho controle algum sobre elas, as palavras. Com todo respeito à Clarice (a Lispector), elas também são minha quarta dimensão. Ai de mim se não fossem as palavras. Às vezes posso dizer muito sobre muitas coisas e outras vezes, sei muito sobre outras tantas e não posso falar. Não devo falar. Então eu calo. Mas não que eu goste de calar, é porque simplesmente eu respeito as pessoas. Eu respeito até quem não me respeita. Eu não gosto de causar constrangimento aos outros.  Então, eu sei de coisas mas não falo. Eu guardo muitas estórias, vasos quebrados de terceiros e muitas memórias nos vários aposentos do meu coração e às vezes jogo fora também. Toco fogo. Queimo tudo. Faço uma faxina geral. Eu sei de coisas que me fizeram e as pessoas nem sabem que me fizeram. Eu senti tristezas que vocês nem imaginam por que, nem por quem. Eu já caí do dorso do meu cavalo alado tantas vezes que não daria para contar nos dedos. Ainda assim, continuo acreditando nos seres bípedes mesmo quando  trocaram o par de braços por mais um de pernas. Continuo crendo que pessoas não magoam outras de caso pensado. Penso que a alegria, o amor e a paixão, são o estado normal de se viver e que qualquer coisa que nos tire dessa sintonia, qualquer pessoa que nos roube dessa harmonia, deve ser sumariamente eliminada de nossa esfera de luz, sem piedade. Nessas horas eu não sou piedosa.
Eu e você temos a nossa própria luz que é feita de nossos pensamentos, de nossos desejos, de nossas atitudes, de nosso amor, de nossa paixão, etc. Somos o que pensamos, o que desejamos, o que fazemos e amamos.

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