Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Casa Imperial Pode Fechar no Rio de Janeiro

 Prezado Senhor Jornalista VICENTE ALENCAR
 
No início era apenas um pequeno empório na Rua Real Grandeza, 161, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Uns dizem que começou em 1916 ou 1922, outros, em 1926. Não importa a data, a quase centenária Casa Imperial, tradicional confeitaria e padaria da Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, segundo rumores que vêm acontecendo desde 2013, parece que vai encerrar suas atividades e alugar o ponto. Fala-se numa loja de fast-food, em rede de eletrodomésticos e mesmo uma panificadora – opção que seria a mais interessante para o bairro.
Os primeiros sócios da Imperial, Albino Silva, Clarêncio e Manoel, eram portugueses. Os atuais, Antonio Calçada, Cipriano dos Santos (lusitanos também) e Ademar Fioche, adquiriram o imóvel e o negócio em 1982. A casa teve seu apogeu entre os anos 1930 e 1970, frequentada pela chamada alta sociedade, políticos e artistas em geral.
Remodelada algumas vezes, a Imperial ainda conserva certo charme de antigamente. Funciona todos os dias, sem exceção, das cinco da matina às dez da noite, e os clientes, já não tão famosos como os de outrora, certamente irão sentir muito a sua falta, caso se confirmem os boatos.  A ausência daqueles pãezinhos, brioches, tortinhas, doces e salgadinhos saborosos, cafezinho, frangos assados escolhidos na hora - sobreviver sem eles, que pecado!
Com fotos obtidas entre 2012 e 2014, este documento histórico é dedicado a “Seu” Jayme Santos, nascido em Portugal no dia 1° de abril de 1912, e que, aos 25 anos, em 1937, ingressou na empresa para cuidar da contabilidade. Trabalhou até 2009, falecendo aos 97 anos, deixando saudades imensas.
A título de homenagem, a firma que se estabelecer no local deveria manter na parede o vistoso ornamento de madeira, dos anos 1920, contendo um relógio moderno (de quartzo, da marca Herweg), sustentado por figuras alegóricas de duas sereias aladas guardiãs, fundidas em bronze, representando o Comércio e a Indústria, com a inscrição “Casa Imperial - Albino, Costa & Cia”. E seguir o lema exposto embaixo dele: “A quem serve, prudência; a quem é servido, paciência”.
Vertendo lágrimas também pela possível perda do lugar, na trilha sonora, “Choro em Adágio”, de Alexandre Guerra, saxes alto e soprano; Paulo César Paschoal, violino; Luiz Carlos Amorim, violão de 7 cordas; Milton de Mori, cavaquinho e bandolim; e Betinho Sodré, percussão.
 
Atenciosamente,
FERNANDO MOURA PEIXOTO
(ABI 0952-C)

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