Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O MONGE E O SOL!

O MONGE E O SOL!
Ficou registrada em nossa vida nos anos de Olinda uma bela experiência! Parecia cena de filme. Em meio às barraquinhas estavam turistas, casais, famílias, curiosos – e o monge-abade disfarçado de gente, pois sem nenhum sinal do hábito monástico. Todos, inclusive o monge, devidamente preparados por uma saborosa comida regional, ou portando algum artigo do artesanato local, enquanto procuravam o melhor ângulo para um digno registro fotográfico.
Tudo isso para contemplar o maravilhoso pôr do sol na Praia do Jacaré, em João Pessoa-PB.
Aqui ele se põe diferente. É ao som do bolero de Ravel, candidamente executado por um artista que desfila num barco aos olhos de todos. Um espetáculo!
Quem é este senhor, cheio de majestade e esplendor, chamado sol? Ele também é diário, freqüente, infalível, desbravador da aurora! Faz uma entrada pela manha, reina absoluto o resto do dia, e placidamente se põe no final da tarde – todas as tardes!
O sol não entra, desponta! Ele não aparece, se revela! Ele não nasce, surge! Ele não some, se põe! Ele não morre, vive, vive, vive!
Ele é majestoso, luminoso, imponente, forte, cândido, voraz, radiante, quase vulcânico!
Aquece a natureza, renova a criação, possibilita o germinar, suscita as cores, embeleza os corpos, vivifica os dias que com ele despontam, comunica esperança!
Há um grande segredo no sol – ele é autônomo e livre! Sim, ele é portador de uma liberdade e de uma autonomia, próprias, diria mesmo, apenas de Deus!
Vejam que delicada e profunda verdade. Não há homem, por mais inteligente que seja, capaz de fazer o sol despontar ou se pôr, nem tampouco antecipar ou retardar tais momentos! Ninguém desvirgina sua castidade! Ninguém interfere na sua missão! Ele é pleno e absoluto no seu existir!
Há também uma grande comunicação espiritual no sol.
Ele tem um pouco e um muito de Deus. Ele, o sol, muitas das vezes, se faz presente sem que a gente o perceba. Ele aquece, sem que o sintamos. Ele cuida e acompanha, sem que tenhamos muita consciência. Ele renova a vida, quando muitas das vezes nos fixamos na morte! Ele transmite perenidade, símbolo da eternidade que nos aguarda!
Ele, o sol, simplesmente é o que é... Ele é reflexo do Deus que todos os dias entra na história dos homens para simplesmente os envolver com raios de amor, misericórdia, perdão, cuidado, carinho, ternura, compaixão, zelo bom...
Ele, o sol, é ainda símbolo de Jesus. Sim, o sol não morre. Adormece à tarde e nasce pela manhã –ressuscita diariamente! Jesus que parecia ter morrido: adormeceu à tarde e ressuscitou na manhã do terceiro dia. Conforme São Lucas, Jesus é o Sol nascente que vem para anunciar ao povo a salvação (1,77-78), salvação comunicada através de sua gloriosa paixão, morte e ressurreição.
Contemplando o sol, lembremos de Cristo, nosso sol de justiça e da salvação!
Ele nasce e renasce em cada Santa Missa para nos comunicar, com seu Corpo e seu Sangue, raios luminosos de alegria, esperança e paz!

Nenhum comentário: