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Vicente Alencar

sábado, 31 de agosto de 2013

Brasil vai acumulando ineficiências. Ou: mentiras petralhas nos comentários - 3

Tomatadas


Posted: 29 Aug 2013 12:17 PM PDT
Não adianta virem fazer retórica furada em cima da recente mudança na fórmula de cálculo do IDHM, pois a verdade é que, sob os governos do PT, o Brasil não só perdeu uma grande oportunidade de fazer as reformas necessárias para acelerar o crescimento econômico como viu piorar a qualidade do gasto público e uma perda de eficiência em vários setores. Tudo isso desmonta as mentiras que se espalham pelas áreas de comentários de blogs e sites de notícias. Basta ver mais umas poucas linhas de um comentário que mandaram para cá faz algum tempo:
No enfrentamento da crise o governo do FHC cortou investimentos sociais, o PT incentivou a economia com medidas pontuais p aumentar o consumo a produção e assim aumentar a geração de emprego, como vc pode pensar que o governo do PT é igual do FHC, ou uma cópia mal feita, francamente... 
No início do governo Lula, o Ministério da Fazenda, sob comando de Antonio Palocci, divulgou o documento Gasto social do governo central 2001 e 2002 (SPE/MF, Brasília, nov. 2003). Ali se informa que, de 1998 a 2002, o gasto social direto per capita cresceu de menos de R$ 1.000,00, em valores de dezembro de 2002, para R$ 1.200,00. Um aumento real de mais de 20%, portanto! E vale ressaltar que essa expansão de gastos se deu em todos os anos da série. Mesmo na comparação dos anos de 1999 e 2000, quando o ritmo de expansão do gasto social diminuiu, houve aumento de gasto social direto per capita!

Já a política petista de incentivar o consumo foi nada mais nada menos que uma estratégia populista para criar uma ilusão de prosperidade, a qual já nem está funcionando mais. A razão disso é simples: só os investimentos em infraestrutura e ampliação da capacidade produtiva criam condições para o crescimento econômico de longo prazo. Os governos do PT ampliaram os gastos com pessoal para atender aos interesses corporativistas de seus aliados nos sindicatos e os interesses patrimonialistas de seus militantes e dos políticos da "base alugada", ao passo que os investimentos foram baixos e, ainda por cima, aplicados segundo uma lógica populista e marqueteira. Os melhores exemplo disso são as obras para a transposição das águas do São Francisco, que consumiram recursos imensos e foram paralisadas, e os R$ 28 bilhões de gastos com a Copa.

Daí que, enquanto o mundo experimentou um período de grande prosperidade, que durou de 2003 a novembro de 2008, o Brasil, mesmo com um crescimento baixo na comparação com a média mundial e, sobretudo, com os outros BRICs, ainda conseguiu surfar na onda exportando commodities para a China. Houve então uma significativa elevação dos níveis de renda e de consumo, especialmente da população mais pobre, e tudo isso sob uma política macroeconômica que era a mesma do segundo mandato de FHC!

Mas a fase boa da economia mundial acabou, as políticas de incentivo ao consumo aplicadas desde o ano passado tiveram resultados péssimos e a inflação estourou as metas. Estamos agora pagando o preço de dez anos de baixo investimento, elevação dos gastos e do endividamento público, e estímulo irresponsável ao consumo: crescimento baixo, inflação alta e nível de emprego mantido por atividades de baixa produtividade.

Sobre as ineficiências que vão se acumulando, aqui está uma pequena lista:

Energia: "Um apagão atingiu oito estados do Nordeste às 15h03 desta quarta-feira. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os estados atingidos foram Pernambuco, Piauí, Ceará, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. A falta de energia afetou hospitais, aeroportos, emissoras de rádio e TV e sites de jornais da região, além das próprias sedes das empresas de energia. [...] O último grande apagão na região foi registrado em outubro do ano passado e atingiu nove estados da região Nordeste e o Distrito Federal. No total, seis apagões de energia de maior porte ocorreram no Brasil em 2012 - todos eles no segundo semestre e a maioria por ocorrências na área de transmissão. Quase todos afetaram a região Nordeste (detalhes aqui).

Transporte: seguindo sempre a lógica populista e marqueteira, o PT insiste na implantação do trem bala. Mas vejamos estes números: "uma ferrovia convencional, para o transporte de cargas, custa em média R$ 5 milhões por km. Em áreas planas este custo é menor, ao redor de R$ 3 milhões, enquanto em áreas montanhosas pode chegar a R$ 10 milhões por km. Mas considerando os R$ 5 milhões por km, R$ 35 bilhões [custo mínimo estimado do trem bala] seriam suficientes para a construção de 7 mil quilômetros de ferrovias convencionais. Com uma malha atual ao redor de 28 mil quilômetros, seria possível ampliar em 25% a malha total com o mesmo investimento, o que num país com carências tão grandes na área ferroviária, seria significativo" (detalhes aqui).

Saúde:  "Entre 2002, último ano do governo FHC, e 2005, terceiro ano já do governo Lula, o número de leitos hospitalares havia sofrido uma redução de 5,9%. Era, atenção!, A MAIS BAIXA EM TRINTA ANOS! Números fornecidos pelo PSDB? Não! Por outra sigla: o IBGE. Em 2002, havia 2,7 leitos por mil habitantes. Em 2005, havia caído para 2,4. A OMS recomenda que essa taxa fique entre 3 e 5. [...] O quadro piorou enormemente: a taxa, agora, é de 2,3 — caiu ainda mais. E caiu não só porque aumentou a população, mas porque houve efetiva redução do número de leitos púbicos e privados disponíveis: só entre 2007 e 2012, caíram de 453.724 para 448.954 (4.770 a menos)" (detalhes aqui).

Conclusão

Em matéria de política fiscal, industrial, de infraestrutura e social, os governos do PT são mesmo uma cópia mal feita dos governos tucanos - goste-se ou não das políticas tucanas. 

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