Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

sábado, 21 de setembro de 2013

O vento que me perdoe... Margarida Alencar

O vento que me perdoe...
Margarida Alencar


Mas, ele às vezes é tão alegre,
tão alegre, que chega a me desconcertar.
Ele sopra forte, fraco, buliçoso,
Balança as copas das árvores,
até das mais circunspectas!
Balança as roupas nas cordas,
A saias das moças...
Mexe com as flores, com as rosas e,
todas balançam a cabeça,
dizendo sim, sim, sim...
Vento, vento brando,
que acaricia os meus cabelos
e me faz pensar em coisas boas e bonitas,
como em barcos singrando o mar calmo,
em viagens a lugares desconhecidos,
ou, também, em procelas.
Navios açoitados pelos ventos,
até encontrarem um porto,
um porto seguro.
E, quando vem um redemoinho,
girando, girando, carregando para além
a poeira e as folhas secas?
Vento que me enche os pulmões e a alma,
Assim, com ele vou subindo, subindo,
como um balão...
até sumir no azul do firmamento,
calmamente, lindamente,
Tal e qual nas fábulas infantis.
Vento morno, vento doce.

Vento, vento!

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