Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 21 de maio de 2013

Dos onze jogadores, sobraram três



Gaúcho de Passo Fundo

Dos onze jogadores, sobraram três


Por curiosidade abra a foto que se encontra em http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/grafico_hepatiteC_esporte/index.html# 

Depois passe o mouse sobre os jogadores e veja os nomes e os destinos de cada um deles. Também saiba mais sobre a doença que assombrou e vitimou os ex-atletas do futebol gaúcho. 

Isso mostra a vergonha que é continua a ser o Brasil ainda não ter um programa estratégico para enfrentar a hepatite C, continuando a manter a epidemia escondida da população debaixo do cobertor da AIDS. 

Ministro Padilha, está na hora de acordar. Vamos parar de simples promessas que nunca se concretizam. 

Desculpe ser ru de, mas compreenda que é impossível ficar sentado aguardando promessas e mais promessas, vendo que desde que a hepatite foi incorporada na AIDS o número de tratamentos na hepatite C continua o mesmo, paralisado em 11.500 a cada ano. Reconheça que foi uma medida que não deu resultado sendo necessário se fazer alguma coisa, ou daqui a pouco, tal qual aconteceu com o time de futebol todos estaremos mortos. 

Carlos Varaldo


Segue a reportagem: 

Derrotados pelo Vírus


Jornal Zero Hora - Porto Alegre - 19/05/2013
Jones Lopes da Silva 

Resta ao ex-lateral Luiz Carlos a foto envelhecida, de 1973, como lembrança dos companheiros do Gaúcho, de Passo Fundo, uma força do futebol do Interior nos anos 70. Dos 11 titulares, sobram três vivos: ele e os irmãos Luiz Freire e Zé Augusto. Com exceção do zagueirão Daizon Pontes, vítima de AVC, os outros sete morreram em consequência da hepatite C. O drama é um espelho dos pequenos e médios clubes que compartilhavam seringas para estimulantes injetáveis nos anos 1960, 1970 e 1980. 

Muita gente não se salvou. A razão desse drama criado nos vestiários dos clubes pequenos e médios dos anos 1970 são os estimulantes e energéticos aplicados na veia com a antiga seringa de vidro, compartilhada sem a ester ilização adequada. Alguém que já estivesse infectado contagiava os colegas. Comum à época, a prática disseminou o vírus da hepatite C e as consequências mais funestas. 

Faltam dados sobre óbitos relacionados à hepatite C no futebol. E sobre o número de ex-atletas vivendo com o vírus. Se há no país entre 2 e 3 milhões de pessoas infectadas (apenas 150 mil diagnosticadas), estima-se, entre elas, dezenas de milhares de ex-profissionais e amadores contaminados. 

- Só não tratei de juiz até hoje - alerta o gastroenterologista e hepatologista Hugo Cheinker. 

O especialista já atendeu em sua clínica em Porto Alegre o equivalente a três a quatro times de futebol, incluindo gente com passagem pela Seleção. 

- Praticamente, quem faz o teste descobre ser portador da hepatite C - conta Cheinker. 

A rigor, quem jogou futebol profissional no largo período entre 1960 e 1980 integra o grupo de risco. Deve realiz ar o teste específico para hepatite C, o anti-HCV - não é o mesmo exame de sangue de colesterol e glicose no check-up rotineiro. O teste custa cerca de R$ 20 em laboratórios. 

Há uma resistência dos ex-jogadores em procurar ajuda. Preferem evitar a realidade em caso de positivo, embora quanto mais cedo o tratamento se inicia, mais segura é a recuperação. 

Contraída a hepatite aguda, o vírus começa a machucar o fígado e progride sem sintomas durante 20, 30, 40 anos, até provocar cirrose e câncer. Daí porque os contaminados dos anos 1970 ainda lidam com a enfermidade na segunda década dos anos 2000. São pessoas hoje em torno dos 60 anos. 

Um exemplo é Jurandir, ex-Grêmio, que anulou Paulo Roberto Falcão em um Gre-Nal em 1979. Ele foi fazer uma doação de sangue e, dias depois, recebeu uma carta informando sobre sua hepatite C. Ficou apavorado: 

- Àquela época, em 2006, achei que ia morrer. Diziam que esse vír us era como o da aids. 

Casado há 40 anos, Jurandir buscou tratamento. Um ano depois, havia zerado o vírus. Como o antigo jogador do Grêmio, entre 5 e 7 mil pessoas no país deverão ser diagnosticadas em 2013. É muito pouco. Se fosse anos atrás, sete testes a mais teriam salvado a vida do time do Gaúcho. 


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