Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

domingo, 10 de fevereiro de 2013

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JORNALISTAS POETAS


Prestigiando nossos amigos:

NÚPCIAS
Poetisa Hermínia Lima
(Autora de Sangria Azul)

Quando entraste em mim
o mar inteiro invadiu-me.

Todos os peixes, oas moluscos, os mariscos
tragaram-me naquela cópula marinha.

A água em volta de nós
ordenou as conchas:

- Abram-se para o festejo!

E a minha, mais que todas elas,
escancarou-se para a posse.

A pele antenada garimpava o sal
para o tempero
e viramos alimento.

Nos devoramos,
morrendo alí, naquelas águas.


O JANGADEIRO

Poeta Adriano Espínola
(Autor do livro BEIRA SOL)

Jangadas amarelas, azuis, brancas,
logo invadem o verde mar bravio,
o mesmo que Iracema, em arrepio,
sentiu banhar de sonho as suas ancas.

Que importa as lenda, ao longe, na história.
se elas cruzam, ligeiras, nesse instante,
o horizonte esticado da memória,
tornando o que se vê muito incessante?

As velas vão e voltam incontidas,
sobre as ondas (do tempo). O jangadeiro
repete antigos gestos de outras vidas
feitas de sal e sonho verdadeiro.

Qual Ulisses, buscando, repentino,
a sua ilha, o seu rosto e o seu destino.

Em 08 de fevereiro de 2013.


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