Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A CIRANDA DOS RATOS

A CIRANDA DOS RATOS

Estou na ciranda de ratos famintos
Todos a querer morder minha face
Estamos todos na represa dos mortos
E os rios trafegam como deuses,
Ao largo,
Tentando demonstrar não entender nada
Levando árvores e mitos,
Deixando trilhas e caminhos
Intrafegáveis, cheios de pântanos,
Pânico e borra.

Estamos todos na represa dos mortos,
Não necessariamente mortos,
Quase mortos, quase vivos
Quase tudo, quase nada,
Nessa ordem.

A falha em não morrer completamente
É a mesma em não viver completamente
Os coiotes urram,
Urramos todos à lua cheia
Para nada,
Para esboçar apenas o medo
Em passar a existir parcialmente
E os dias e noites se vão em parte
Os jornais não são lidos em parte 
A vida é morrida aos pedaços
Moradia de dúvidas

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