Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Boas Lembranças de FORTALEZA

Boas Lembranças de FORTALEZA

Fortaleza tem passado sim. Querem ver? Você viveu ou conhece alguém que é  do tempo em que A  COBAL  ficava  na esquina da rua Assunção com Antonio Pompeu, e do  IAPC (Isto ainda pode cair) na rua Pedro Pereira? Vendia-se "chegadinho" de porta em porta (o "veinho" passava tocando o triângulo); o verdureiro ia de porta em porta montado no jumentinho e vendendo  verduras frescas.

* Na véspera do Natal ir até a Praça do Ferreira ver as vitrines das lojas todas com enfeites natalinos era moda. Era chique ir na Lobrás subir e descer na primeira escada rolante da cidade. Usar sapato "carinha de bebe", calça cocota e blusa frente única era luxo! Tempo dos "mingaus pops" da Tatarana, Trasteveri e Santa Esmeralda. Do primeiro Cine Driving em Fortaleza. Do tempo em que o Circo Voador trazia show de Cazuza, Geraldo Azevedo,  Ângela Rô Rô, Kid Abelha entre outros. Do início do Cais bar na Praia de Iracema (1900 e lá vai bolinha). Tempo em que a Praia de Iracema era bastante bucólica e somente 2 restôs funcionando o "La Tratoria" e o velho Estoril.
*Lembra dos fuscas preto da polícia (TETEU)? Da velha Ponte Metálica em tempo de cair mas não caia. Do tempo da Mesbla na Senador Pompeu e da Flama na praça do Ferreira (Símbolo de distinção). Ir ao Recreio Clube de Campo era uma viagem com muito verde e salinas pelo caminho. Havia o restô Toca do Coelho.
E do restaurante Cirandinha em frente do comercial clube? Das peixadas no restô "Alfredo o Rei da Peixada" e sempre aparecia um boneco ventríloquo para divertir a gente.

*Do pequeno zoológico que havia no Parque das Crianças. Ir a shows no Ginásio Paulo Sarasate (Rita Lee, Gilberto Gil, Fábio Jr, Elba, Ney Matogrosso, Moraes Moreira entre outros). Ir a Jericoacoara de barco (saindo de Camocim) Jeri sem energia, sem hotel ou pousada (o povo ficava em casa de Pescador) Do bronzeador "Nude bronze"
* Comprar Mentex antes de assistir filme no Cine São Luiz. Do batom rollon sabor morango da Avon que era vendido exclusivamente na Casa Parente do Centro. 
 Da pizza no Jairo na Av. Santos Dumont. Ir a Feira das Flores no passeio Público (quando ainda era um ambiente familiar). Assistir aos sábados pela TV o programa do Irapuan Lima e do Chacrinha. Do barzinho Carbono 14. 

 * Ir aos domingos ao aeroporto ver os aviões decolarem. Tempo do Edifício Avenida na esquina da Barão do Rio Branco com Duque de Caxias. Usar decote canoa era alta moda. Da revista POP. Da touquinha da Miss Lene, do vestido tomara-que-caia (que as vezes caía), blusa de elastex, ferro a carvão comprado ali perto do Zé $%#$& na Bezerra de Menezes. Da feirinha da Pça. Portugal na sexta feira. Da feirinha da 13 de Maio aos sábados. Do Jardim da Menopausa (Aquarius) na Beira-mar. Início das bandas de carnavais Periquito da Madame, Que $@#%& é essa ? Bandalheira, Quem é de Bem fica;  Das Lojas Di Roma, Xepão, Xepinha, Carvalho Borges, Samasa, Esquisita, Bel Lar, a Esmeralda. Big Lar. Do sorvete no Juarez. Da farmácia do Seu Coelho na Avenida Domingos Olímpio. Eita!

* Tempo em que a Av. Sen.Virgílio Távora ainda era Av. Estados Unidos. Do Seu Edgar na rua Antonio Pompeu que consertava tudo. Entre outras coisinhas, ele colocava "virola" nos sapatos. É o novo! Tomar picolé da GELATI. Tomar banho de chuva nas bicas das casas. Ir no Jumbo e comprar grapete, crush, guaraná Wilson, TAI e Cacique. Do tamanco Dr. Sholl e do sapato cavalo de aço. Tempo que "ficar" era sarrar. Tempo em que Soft era uma bala. Hoje é sobrenome de vereadora. Do curso de datilografia na Pça. Coração de Jesus e do Curso Andrade Lima na Av. do Imperador. Vixe!  Das revistinhas Bolota, Brotoeja, Tininha, Riquinho, Luluzinha. 

*- Das lambadas aos sábados no Pirata (quem tinha o vale-lambada podia dançar com os bailarinos).  Comprar vassoura e espanador na porta de casa e no centrão, pote de creme Rosa Mosqueta vindo do Paraguai.  Do grupo cearense Quinteto Agreste. Do Projeto Pixinguinha no Teatro José de Alencar a preço popular onde se apresentaram 14 Bis, Nara Leão, Maria Alcina, Moreira da Silva entre outros.

 *No Natal, esperar o Papai Noel e a Turma da Mônica chegar de helicóptero no estacionamento do Shopping Iguatemi. Inauguração das lojas Americanas no centro da cidade. Lembra dos lanterninhas? Ir passar férias na colônia de férias do SESC em Iparana e na COFECO era  tudo de bom.
* Do tempo em que IJF era Assistência. KKKKK.  Do bar Cabaré da Pirrita na Praia de Iracema (um barzinho irreverente na época e  frequentado por políticos, intelectuais e músicos... até Ciro Gomes e Fagner davam umas voltinhas por lá.) Assistir Tom Cavalcante fazer shows de graça na Beira Mar e Barzinhos da cidade. Das armações de óculos Cacá (cadê Cacá Cacá Cacá, tá no Boris Boris Boris). Do tempo que criança usava calça enxuta (não existiam fraldas descartáveis)
As propagandas do Romcy que ficava na Br. Rio Branco com Liberato Barroso.
Após o  Jornal Nacional com Sérgio Chapelen e Cid Moreira você ouvia a voz do *Assis Santos dizendo: (Amanhã o barato do dia Romcy). Dos bailes infantis de carnaval no América, Círculo Militar, Country, Líbano, Náutico e Clube B-25. Estudar OSPB e Educação Moral e Cívica. É o novo! E  a mais antiga de todas: Chupar rolete de cana que vinha fincado em uns espetinhos. (Eita!) 

*Resumindo: Se você é fortalezense e tiver vivido uma dessas coisas, é simplesmente  porque viveu os melhores momentos da boêmia e da inocência na cidade de Fortaleza. Não se trata de que estamos "velhos e velhas", e sim de que nós tivemos o privilégio de vivermos o melhor do nosso tempo, o que infelizmente a atual juventude não teve e também não terá. Era um tempo sem violências, ou melhor, tinha violência sim, mas era tão pouca que a gente nem ouvia falar... Que tempo bom e que lembranças gostosas. E muitas dessas coisas que estão aí, nem faz tanto tempo assim também não... Pense num lugar pai d'égua!  O ano todo com um calor de rachar o quengo. Toda noite tem comédia e o povo é bonequeiro que só! Tá pra nascer quem é cearense que não é amancebado com esse lugar.
Tem é Zé prum cabra conhecer aqui e depois querer capar o gato. Pode ser liso, estribado, vir de perto ou lá da baixa-da-égua.
Qualquer um fica arriado quando vê as praias daqui. Fica logo todo breado de areia, depois se imbioca no mar e num quer mais sair nem a pau. Depois de conhecer a negrada, então, vixe!  Se o Estado é bom assim, avalie o povo!
Tem gente de todo jeito: do fresco ao invocado, do batoré ao galalau, dos gato réi às ispilicute, do cabra-macho ao fulerage e muitas outras marmotas. Bom que nem presta! 
É por isso que nas férias dá uma ruma de turista tudo doido por uma estripulia, porque sabem que isso aqui não é de se rebolar no mato. Só precisa dar um grau ou uma guaribada aqui ou ali, mas, mermo assim, tá de parabéns. 
Arre égua, ô corra linda, macho, o Estado do Ceará.

Você pode até estranhar o linguajar  do texto. Mas era assim que a maioria se expressava.
Bom dia,
Chico Pontes

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