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Vicente Alencar

sexta-feira, 7 de março de 2014

Juros: preços administrados ficam estáveis este ano mas falências aumentam

Juros: preços administrados ficam estáveis este ano mas falências aumentam

6/3/2014 10:28
Por Redação - de Brasília

Os juros são os maiores vilões do crédito no país
Os juros são os maiores vilões do crédito no país
Os preços da gasolina, do botijão de gás e da tarifa de telefonia fixa devem ficar estáveis este ano, de acordo com projeção do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Já a projeção de reajuste da tarifa residencial de eletricidade, para o acumulado de 2014, é 7,5%, mesmo valor considerado pelo Copom em janeiro. Essas estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira na ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 25 e 26 de fevereiro. Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, em 2014, foi mantida a projeção de alta de 4,5%, valor considerado pelo Copom em janeiro. Para 2015, também foi mantida a estimativa de 4,5%.
O BC faz essas projeções para avaliar a tendência da inflação no país, na reunião do Copom, responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic. Essa taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, e a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC precisaria encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, sem aumentar o número de pedidos de falências no país, como já foi detectado em pesquisa divulgada nesta manhã. Essa meta tem como centro 4,5%, e margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Os pedidos de falência no país aumentaram 21,8%, em fevereiro , com a soma de 151 processos ante 124 requerimentos protocolados em janeiro, segundo o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. Desse total, 77 referem-se a micro e pequenas empresas; 31 a empresas de médio porte e 43 a grandes companhias. Para os economistas da Serasa Experian, a expansão é consequência do “aumento do custo financeiro para as empresas”. Eles justificam que “as sucessivas elevações da taxa Selic, a alta do dólar e o baixo dinamismo da economia têm prejudicado a saúde financeira das empresas”.
Os dados do indicador revelam ainda que o volume de solicitações para as recuperações judiciais requeridas, na mesma base de comparação, aumentou 6,6% com 65 pedidos em fevereiro, ante 61 em janeiro. A maioria (43) das solicitações foi feita por micro e pequenas empresas. Entre as empresas de médio porte foram 19 solicitações e três, entre as empresas de grande porte.
Alta dos juros
Sobre a elevação da taxa de juros em 0,25 ponto percentual para 10,75% ao ano, aprovada na última reunião de fevereiro, o Copom avalia que os efeitos do aumento da taxa básica de juros, a Selic, se acumulam e levam tempo para aparecer. Na reunião de fevereiro, o Copom reduziu o ritmo de ajustes que, antes vinha sendo de 0,5 ponto percentual.
Essa taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, e a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Essa meta tem como centro 4,5%, e margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Na ata divulgada nesta quinta-feira, o Copom diz que entendeu ser “apropriada” a continuidade do ajuste da Selic. Isso porque, para o Copom, embora haja alguma moderação, a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses, contribui para que a inflação ainda mostre resistência. O BC reforçou ainda que a inflação “tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava”.
Nesse cenário, o BC também destaca “os mecanismos formais e informais de indexação e a percepção dos agentes econômicos sobre a dinâmica da inflação”. “Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido”, diz a ata.
Assim, o Copom considera que, “em momentos como o atual”, deve se manter “especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos 12 meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária”. “Ao mesmo tempo, o Comitê pondera que os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens”.

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