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Vicente Alencar

terça-feira, 25 de abril de 2017

CHIKUNGUNYA NO CEARÁ EM 2017

Vicente Alencar compartilhou uma publicação na sua Linha do Tempo.
Francisco José Eleutério
CHIKUNGUNYA NO CEARÁ EM 2017
A Chikungunya (CHIKV) constitui uma virose causada por um vírus RNA da família Togaviridae, gênero Alfavirus transmitida pela picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos vetores que transmitem a dengue.
O nome Chikungunya origina-se de uma palavra do idioma Makondo falado na Tanzânia que significa “ aquele que se encurva “, descrevendo a aparência das pessoas que padecem da doença por conta de dores articulares lancinantes. Diferente do vírus da dengue que tem quatro subtipos, o vírus da Chikungunya é único, daí uma vez adquirida, a doença gera imunidade permanente.
A Chikungunya pode se apresentar uma doença aguda, subaguda ou crônica e caracteriza-se por: febre alta de início súbito, contínua ou intermitente; dores articulares severas e incapacitantes (bilaterais e simétricas); cefaleia; mialgia; vômito; conjuntivite; eritema maculopapular incluindo tronco e extremidades, podendo incluir palmas das mãos e planta dos pés.
Manifestações atípicas da doença são: convulsões; síndrome de Guillain- Barré; neuropatia; neurite óptica; uveíte; miocardite; insuficiência cardíaca; insuficiência renal aguda; hepatite; hemorragia; pneumonia.
O Ceará, situado no Nordeste brasileiro é o Estado com maior índice de Chikungunya no Brasil. Até meados de março de 2017 a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA) registrou 4833 casos prováveis da doença. Lideram a lista os municípios de Fortaleza, Caucaia e Baturité. Durante todo o ano de 2016 contabilizou-se apenas 912 casos de Chikungunya no Ceará.
Na gravidez há que se fazer uma avaliação clínica para descartar qualquer patologia que esteja relacionada a febre x gravidez: dengue, Zika, influenza e infecção urinária, dentre outras. Realizar exames hematológicos completos, incluindo sorologias para viroses (IgG e IgM); exame sumário de urina e cultura com antibiograma; avaliação da saúde fetal com ultrassonografia e cardiotocografia.
Sintomas de alarme da doença: febre elevada, persistente (mais que cinco dias); dor abdominal aguda; vômitos incoercíveis; hemorragia subcutânea ou de mucosas; mudanças no estado de consciência; extremidades frias e redução significativa da produção de urina.
Não há evidência epidemiológica de que a Chikungunya na gravidez promova incremento de abortamento ou de malformações. Existem relatos ocasionais de morte fetal no último trimestre da gravidez.
A doença desencadeada por ocasião do parto acarreta a possibilidade de transmissão vertical em elevado percentual para o concepto. A realização de cesárea, de modo geral não influi na melhora da sobrevida fetal. A doença do recém-nascido aparece por volta de quatro dias de vida com febre, eritema difuso e edema dos membros. Casos graves podem cursar com encefalite, hemorragia e disfunção de múltiplos órgãos do recém-nascido.
O uso sistemático de repelentes pela gestante faz-se necessário como medida preventiva, além da utilização de blusas de mangas compridas. O Governo do Estado tem utilizado o “ fumacê “ em bairros de Fortaleza com grandes concentrações do mosquito como Mondubim e Joaquim Távora. Tal prática com veneno atua sobre as formas adultas do Aedes.
O tratamento da Chikungunya é fundamentalmente sintomático. Recomenda-se uma hidratação oral rigorosa e prescreve-se Paracetamol para dores e febre.
A Loratadina pode ser utilizada como antialérgico.

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