AO DOM DA VIDA
Nasci assim. Se Deus assim me fez,
Fazer de outra maneira não quisera!
Pois, da mesma matéria poderia,
Em vez de gente, ter-me feito fera...
Leda ilusão, dizer-se (ah!) quem me dera
ser como, agora mesmo, eu gostaria.
Se o “agora mesmo” muda a cada instante,
Ao bel sabor de humanas convenções,
Como seria a minha trajetória?!
Sendo outro ser em meio à mutações,
De vez em quando, ao longo de estações,
Como ter coerência em minha História?
A lógica demanda lucidez
Cada vida, em si mesma, é inigualável.
Respeitar o Eu que sou, eis a questão!
Aceitando, sem mágoa, o inevitável,
Sem deixar de mudar o que é mutável.
Sendo grato a Quem devo gratidão.
Colaborar na construção da Vida,
Multiplicar talentos na existência...
Cuidar dos saldos de não pouca monta
das dádivas da Santa Providência.
Mas, tendo por dever de consciência:
O ACABAMENTO, ESTE É POR MINHA CONTA.
São Paulo, 01 de janeiro de 2019
PAULO Fernando Torres VERAS
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