Reino da Glória IV, o epilogo
Geraldo Duarte*
Quase centena, as mensagens chegadas por e-mail, WhatsApp, telefone e contatos pessoais relativos aos três artiguetes acerca de Glorinha, recebo gentil comunicação da professora e ex-Reitora da URCA Otonite Cortez.
A mestra, nora daquele ícone da história popular cratense, lendo as publicações, disse “agradecer pelos artigos dedicados a minha sogra e, sobretudo, pelo modo respeitoso com que escreve sobre ela.”.
Prosseguiu aditando fatos relativos à biografia da senhora Maria da Glória Pereira, Glorinha no trato dos familiares e coevos, inclusive a anotações de escritores que a enfocam.
Aos 15 anos de idade, em Tauá, vítima de sedução do patrão, os pais a expulsaram de casa.
Talvez cooptada, costume da época nos sertões, morou na boate da Madame Mimi, em Iguatu. Depois, em Cajazeiras, Paraíba, onde conheceu o senhor Jacó Cortez, iniciando relacionamento afetivo e sendo levada ao Crato.
Na Terra do Padre Cícero, alugou prédio na Rua Almirante Alexandrino e montou o bar Tamandaré. Aprendeu e exerceu os ofícios de manicure, costureira e bordadeira “para não ter de ir para a cama com quem não quisesse.”.
Exitosa nas atividades iniciou empreendimento prazenteiro noturno, inaugurando o Cabaré da Glorinha ou, o Reino da Glória.
Uma conhecida teve neném e alegando impossibilidade de criá-lo, pediu-lhe que o fizesse, havendo a aceitação. Registrada, a criança ganhou o nome de Estácio Cortês, sendo Jacó e Glória os genitores.
Quando a então juíza Auri de Moura Andrade (1910 - 1991) proibiu menores de coabitarem em bordéis, Jacó levou o menino para sua residência, tendo a esposa, senhora Ida Matos, o recebido igual a um filho. Estácio sempre recebeu esmerada formação do “pai e das duas mães”.
“Glorinha nunca abriu mão de educá-lo. Foi mãe e avó muito amorosa. E viveu por toda a vida com Seu Jacó.”, grafou a pedagoga e viúva de Estácio.
*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
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