Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 2 de abril de 2019

SONETO UM HERÓI CEARENSE - João Gomes da Silveira

UM HERÓI CEARENSE
 
 João Gomes da Silveira
 
A pé, vencendo o tosco calçamento,
um sacerdote veste-se em batina.
Vai indo para o seu fuzilamento,
que Portugal ditou-lhe a dura sina.
 
 
Padre Mororó*, de fronte erguida,
caminha à frente da cavalaria,
sabendo já que vai doar a vida
por causas libertárias que nutria.
 
 
Do baobá ao tronco, junto ao Forte,
bem no centro da Fortaleza antiga,
o heroico padre vai colher a morte.
 
 
Revel, do Frei Caneca companheiro,
o cearense a mão no peito instiga
e as balas o estraçalham por inteiro.
 
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(*) Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque Melo, o “Padre Mororó”, era simpático à Confederação do Equador. A mando da Coroa de Portugal, foi morto a tiros de arcabuz, aos 30 de abril de 1825, no centro da Capital cearense, atual Praça dos Mártires, ou “Passeio Público”.


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