O mundo é feito de coisas. A vida, de pessoas. Isso é uma imposição circunstancial. Dela, não há como fugir.
Coisas... Compram-se, ganham-se! Pessoas... Conquistam-se.
A nossa relação com as coisas é de posse. Com pessoas, é de carinho, de amizade, de amor...
Coisas perdem-se; pessoas deixam-nos! De coisas temos lembranças. De pessoas, saudades...
O ganho de coisas nos torna ricos; a conquista de pessoas nos torna queridos.
A perda de coisas nos traz pobreza. A de pessoas, tristeza. A perda de coisas nos tira o sono... A perda de pessoas nos impõe o desengano, sensação de abandono... Ante a perda de coisas, lamentamos. Ante a perda de pessoas, choramos.
As nossas coisas constituem o nosso patrimônio material. Refletem a nossa capacidade de lidar com o capital, demonstra o nosso sucesso profissional... A quantidade de pessoas à nossa volta, traduz o nível do nosso astral.
Coisas são bens materiais; pessoas, sentimentais!
Coisas são, da vida, patrimônio. Pessoas, quer na vida ou na morte, estarão nos nossos sonhos.
Quando supervalorizamos coisas, perdemos pessoas. Quando exageramos na valorização de pessoas, perdemos coisas. Só pela administração da razão e da emoção o sucesso nos ecoa.
Há coisas e pessoas que ficam por muito tempo... E há as que só nos roçam a face, feito o vento a caminho do firmamento. Mas conquistá-las e mantê-las, deve ser o nosso intento.
Um dia todas passarão, tornando-se lembranças, saudades... Ou nada. Afinal, são veículos que nos surgem no horizonte, emparelham à nossa porta e se perdem na estrada.
Coisas e pessoas: valores diferentes. Embelezam a nossa vida, ou nos ferem cruelmente. Mas, a sede, nos saciam... E são, da vida, inerentes.
Silvio dos Santos Filho – Fortaleza-CE
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