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Vicente Alencar

domingo, 23 de dezembro de 2012

Confira as Notícias do Turismo no Pará 21.12.12


Confira as Notícias do Turismo no Pará!

Destaque

Entrevista: Secretário de Turismo do Pará, Adenauer Góes, faz balanço de 

2012 e apresenta planos para 2013 ao Mercado e Eventos

Por: Mario Brizon

O secretário de estado de Turismo do Pará, Adenauer Góes, esteve no Rio de Janeiro, onde visitou a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense e participou, na Cidade do Samba, do lançamento do CD com os sambas-enredo das escolas de samba do Grupo Especial, do Carnaval de 2013. O Pará é tema do enredo da tradicional escola do bairro de Ramos, com o enredo 'Pará, o muiraquitã do Brasil'.

O secretário fez uma visita à sede do MERCADO & EVENTOS onde concedeu entrevista exclusiva na qual fala não apenas da exposição volumosa que o Pará terá durante o Carnaval 2013, mas também do fato de o Turismo ser considerado uma prioridade dentro do programa do Governo do Estado do Pará, tanto assim que o governador Simão Jatene criou a Secretaria de Turismo, mas manteve a Paratur. O executivo também abordou questões ligadas à área política. Sobre o Fornatur ele admite que o Fórum passou momentos de desgaste e perdeu um pouco sua força aglutinadora. Adenauer também criticou a postura centralizadora do Governo Federal o que tem prejudicado o Turismo como atividade econômica. “Carecemos de articulação e identidade própria”, disse.

Veja a entrevista, a seguir:

MERCADO & EVENTOS – Como foi o ano para o Turismo do Pará?
Adenauer Góes – O Pará vive um bom momento no que diz respeito ao reconhecimento nacional por sua cultura. Uma série de eventos tem projetado a nossa cultura no Brasil e no exterior. Questões como a gastronomia ganharam reconhecimento como manifestação genuinamente brasileira. Além disso, nossa música está em destaque, com a projeção de artistas como Gabi Amarantos, que tem músicas colocadas entre temas de novelas, ou a banda Calypso, de grande sucesso, ou ainda com Fafá de Belém e Leila Pinheiro. O movimento musical de Belém ganhou projeção nacional e internacional, e ritmos regionais como o carimbó e o tecnobrega têm sido muito executados. Além disso, há os eventos religiosos, onde pontifica o Círio de Nazaré, que neste ano chegou à sua 220ª edição, levando dois milhões de pessoas para as ruas de Belém e milhares para todo o Pará. Isso tudo associado à questão das belezas naturais que dotam o Pará de cerca de 50% dos atrativos da Amazônia brasileira, fazendo com que o estado seja conhecido como a “Obra-Prima da Amazônia”.

M&E – O que significa para o estado em termos de projeção torna-se enredo de uma escola do carnaval carioca?
Adenauer Góes – Todos esses requisitos serviram de estímulo para que o estado se tornasse enredo do Carnaval. A Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, buscando temas de envergadura e importância, decidiu mostrar o Pará na Marquês de Sapucaí, com o enredo 'Pará, o Muiraquitã do Brasil', inclusive apontando o Pará como um verdadeiro amuleto de boa sorte para o Brasil. Com esta homenagem da Imperatriz vamos ganhar ainda mais visibilidade, uma vez que o Carnaval do Rio de Janeiro é uma grande vitrine, na qual aproximadamente 140 países retransmitem as imagens do desfile.


M&E – além de participar do lançamento do CD dos sambas de enredo, você visitou o barracão da escola?

Adenauer Góes – Sim. Eu estive no barracão da escola para ver de perto os preparativos. A Imperatriz está muito motivada, com garra e determinação. A Arquidiocese do Rio de Janeiro, inclusive, rezou uma missa na quadra da escola, com a presença da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, a 'Padroeira dos Paraenses' e 'Rainha da Amazônia', mostrando de forma efetiva e concreta que o Turismo é, de fato, a atividade capaz de trazer geração de emprego, distribuição de renda e qualidade de vida para a população, itens que devem ser sempre a razão de ser das entidades políticas, empresariais, religiosas e do terceiro setor.

M&E – Além de participar ativamente do Carnaval, quais são demais os planos para o Turismo do Pará em 2013?
Adenauer Góes – Estamos na fase de fortalecer a gestão pública, compreendendo ser este item fundamental dentro do modelo nacional. O Pará criou a Secretaria de Turismo que, dentro de um planejamento estratégico, contempla de forma muito objetiva os programas, projetos e ações ligados ao desenvolvimento e fomento do produto turístico, com foco no reconhecimento das políticas públicas para o Turismo no estado, ou seja, a meta é contribuir cada vez mais com o empresariado e com a sociedade em busca de segurança nos setores produtivos e no apoio do reconhecimento e fortalecimento do estado. Nesse sentido, o Turismo é uma atividade econômica efetivamente produtiva, um desafio para nós, assim como para todo o Brasil.

M&E – E o papel da Paratur?
Adenauer Góes – A manutenção da Paratur, dentro do nosso planejamento estratégico, mostra a decisão do governador Simão Jatene de sinalizar a prioridade inequívoca do Turismo no estado, transformando-a numa empresa pública especializada na divulgação e promoção do Pará para fora do estado e do país, e dando apoio ao empresariado na comercialização dos produtos do Turismo paraense.

M&E – Você já foi presidente do Fornatur e sabe do papel estratégico que ele tem para os estados. O que mudou desde a sua gestão para até agora?
Adenauer Góes – Pude vivenciar o início da implantação do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo junto com outros colegas secretários e dirigentes, como Sérgio Ricardo, Milton Zuanazzi, Oreni Braga, Valdir Walendowsky, Paulo Gaudenzi, Marcelo Safadi, entre outros e, naquela altura, com atuação do então ministro Walfrido dos Mares Guia. Compreendo que na dinamicidade do tempo, esta fase de consolidação do princípio do Fornatur foi muito proveitosa, porque promoveu uma sinergia entre os estados e, no meu entendimento, com a construção de um relacionamento entre os diversos setores, muito mais equilibrada e muito mais autônoma. Neste processo de evolução houve desgastes que não foram devidamente percebidos e/ou tinham procedimentos que não propiciaram o redirecionamento ideal entre estes setores, o que eu entendo, seja hoje, fator fundamental para a continuidade das missões que o Fórum precisa ter entre os diversos setores, quer sejam governamentais, empresariais ou mesmo da sociedade.

M&E – O Turismo continua na teoria ou já está sendo colocado em prática?
Adenauer Góes – O Turismo como atividade econômica, apesar dos avanços que possa ter tido, continua sendo muito mais uma teoria que uma prática. O modelo brasileiro concentra demasiadamente as decisões no âmbito federal, o que as torna lentas pela própria dificuldade da máquina, o que não é novidade para ninguém. Não se pode colocar a atividade turística a reboque de uma série de decisões que precisam ser tomadas para que se possa ter uma abertura efetiva do Turismo como atividade produtiva. Temos fatores importantes que precisam ser melhorados, como tributação, comércio exterior, geração de divisas, desenvolvimento dos segmentos internos, infraestrutura, capacitação, legislação, enfim, a transversalidade que o Turismo tem com outros setores continua sendo um fator de dificuldade muito grande.

M&E – O que fazer para reverter esse quadro?
Adenauer Góes – Carecemos de articulação e identidade própria. Vou correr um risco calculado no que vou dizer mas, por favor, reflitam e me entendam: ou modificamos este estado de coisas, ou nós já batemos no teto há algum tempo. Basta ver que o número de turistas internacionais que chegam ao Brasil permanece estagnado há praticamente uma década. Enquanto isso, o Turismo doméstico cresce quando levamos em conta o número de viagens. Dentro das circunstâncias, que eu consideraria naturais de uma expansão globalizada, viajar ficou mais fácil e viajar de avião ficou mais fácil do que viajar de ônibus. O que é importante frisar é que as coisas continuarão acontecendo naturalmente, porém, o nosso desafio é: até onde nós podemos contribuir na missão que cada um tem para que esse naturalmente tenha um upgrade.


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