O BULE DE CAFÉ
Vicente Alencar
(Presidente da UBT-Fortaleza).
O bule de café de de minha Mãe
era de ágata.
E toda tarde
exatamente as três e meia
exalava por toda a casa
o aroma conhecido de todos.
O perfume da rubiácea
(que rubiácea que nada)
era o café mesmo.
Daqueles grãos amarelos
que logo se tornavam pretos
no tacho.
Velho tacho da casa de meu avô,
onde a preta Brasilina
com todo o amor torrava o bicho
e depois o encaminhava ao pilão
para que se transformasse em pó.
Assim como o homem que nasce,
morre, se transforma em pó.
O café de minha Mãe!
O bule já não existe,
o cafe também não.
Só ficou esta lembrança de ontem,
que nesta escrita se transforma em hoje.
Abril de 2012, em Fortaleza (CE).
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