Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Redes virtuais Celina Côrte Pinheiro



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DEBATES E IDEIAS
Redes virtuais
07.10.2012
Embora de uma região onde não há a tradição da rede, vivi minha infância sempre com uma pendurada no alpendre, aonde eu ia às alturas, balançando de lá para cá. Ali eu construía meus sonhos. Não tinha medo do perigo a que me encontrava exposta ao fazer aquelas peripécias. Sequer imaginava os riscos.

Depois, as redes de pescar, dançando no céu antes de caírem nas águas piscosas. Entraram em minha vida pelo prazer que meus antepassados tinham na pesca.

Um fio preso à mão do pescador que rodopiava a rede com maestria para que ela se abrisse e depois se fechasse como um grande guarda-chuva enredando os peixes em sua malha.

Agora, as redes sociais que enredam as pessoas e as levam a navegar em um mundo com dimensão inimaginável. Interessante é que muitas, seduzidas pelo canto da sereia, envolvem-se e se tornam vulneráveis, sem que disso se apercebam. Compartilham desde as situações mais comezinhas como "agora vou ao banheiro" até aquelas mais elaboradas, onde confidenciam suas fragilidades, seus problemas, suas ansiedades ou se expõem seminuas como se estivessem apenas no ambiente restrito de sua intimidade. Um fenômeno social com uma dimensão tão irrestrita que pode gerar mal-entendidos, ressentimentos e até graves problemas para quem se utiliza das redes sem a sabedoria necessária.

Uma brincadeira sem limite de idade para os brincantes que não conseguem aquilatar os riscos a que se encontram sujeitos. Aos pais, cabe orientar os filhos para que não se exponham em demasia como se estivessem apenas diante de um espelho mágico.

No mundo virtual, nossas ideias e nossa imagem permanecem, podendo adentrar um mundo bastante perigoso. Quanto aos jovens e adultos, é necessária a tomada de consciência em relação a esse mundo virtual, entremeado por uma realidade nem sempre agradável. É importante mantermo-nos vigilantes em relação ao entusiasmo diante da internet, para não cairmos na rede como peixes ou da rede como crianças traquinas...
Celina Côrte Pinheiro
Médica

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