FAÇA-SE A ÁGUA
Cássio Borges*
Um amigo, com o qual nos correspondemos sobre a questão da água no Brasil e em especial na região nordestina, pede a minha opinião sobre a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), ressaltando que ele tem residência e atividades profissionais em Brasília, tendo, como ele disse, apoiado e participado da instalação daquela Companhia no estado do Ceará.
Para responder esta pergunta, eu diria, inicialmente, que sou totalmente contrário à privatização da água, seja por empresas privadas ou públicas, como é o caso da Cogerh. A água não deva ser considerada uma “mercadoria” prara transforma-la em dinheiro, ou em fonte de “receita” para os estados cobrirem os seus déficits orçamentários. Este conceito é também dissuadido no livro FAÇA-SE A ÁGUA – A Solução de Israel para um Mundo com Sede de Água, de SETH M. SIEGEL, publicado nos Estados Unidos, no ano passado, que diz:
“Para evitar que funcionários eleitos favoreçam grupos, ou amigos, com interesses particulares, Israel decidiu deixar a política e os políticos fora das decisões em questões envolvendo a água”.
Segundo a nossa Constituição, a água “decorrente” de obras da União a ela pertence. Nesta hipótese, o Rio Jaguaribe é um rio federal, tendo em vista a construção naquele vale, pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), dos açudesOrós, Banabuiú, Castanhão, entre dezenas de outros.
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