Teorias do Saraiva
Geraldo Duarte*
Juntos servimos, como tenentes e em mesma época, no 23º Batalhão de Caçadores. Ele, egresso da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Eu, oriundo do Centro de Preparação dos Oficiais da Reserva do Ceará (CPOR/10).
Seu nome José Anchieta Saraiva, hoje, provável coronel. Oficial dedicado e de especiais méritos. Possuidor dos cursos de Jungle Warfare Expert, do Panamá, treinamento especial de guerra na selva e, de Paraquedista, além de exímio atirador nas categorias de armas individuais.
Desde que transferido, já promovido a capitão, para unidade de outra capital, e meu retorno à vida civil, depois de mais quatro anos na ativa, em 1969, findou-se o contato. Por obra das distâncias e do tempo.
Mas, o artiguete, trata do Saraivinha gracejador e suas famosas “teorias”.
Garantia existir nas organizações três tipos de doidos: “Um, para trabalhar. Outro, para não trabalhar. O terceiro, para atrapalhar.”.
Que o animal mais parecido com o avião é o cavalo, pois amigos que desejavam ser aeronautas, terminaram na Cavalaria.
Ao chegar ao Batalhão, diariamente se queixava da demora da vinda de seu “carrão”. Só falava nele. Exigia da transportadora. Enfim, morta a curiosidade de todos. A relíquia surgira. Ali, a ansiada Kombi Standard.
Ante a sua estatura, mais tendente a baixa do que mediana, dizia que os vencedores das duas Grandes Guerra foram os “baixinhos”. Quem duvidasse, provasse o contrário.
Gostar ou não de alguém, devia-se ao querer dos “caboclinhos do além” sobre as pessoas, vaticinava.
“Este mundo é pequeno!” – afirmam. Não parece. De há muito busco o Saraivinha e não o encontro.
*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
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