QUEM
VEM LÁ IV
Quem vem lá? Geraldo Alckmin do PSDB;
médico; professor universitário; vereador e prefeito de Pindamonhangaba;
deputado estadual (1982); deputado federal (1986 e 1990); um dos fundadores do
partido ao qual permanece; vice-governador na chapa de Mário Covas; derrotado
em eleição para prefeito de São Paulo; assume o governo de São Paulo em 2001,
após o falecimento do titular; reeleito governador em 2002; em 2006 renuncia ao
governo do Estado para candidatar-se à presidência da República, obtendo 39,17%
dos votos, foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva; em 2008 é novamente
derrotado na eleição para prefeito de São Paulo; Secretário do Desenvolvimento
do Estado no governo de José Serra, em 2009, eleito governador no primeiro
turno em 2010 e reeleito, novamente no primeiro turno, em 2014.
Não pode se apresentar como renovação, tem
o perfil visto por muitos como “profissional”, significando experiência
política para uns, mas sofrendo rejeição de outros que anseiam por renovação. A
longa permanência no poder parece haver gerado desgaste em São Paulo.
Integrante de um partido de quadros cujas lideranças se caracterizaram pela
concorrência interna, sofre também com isso. Situado em posição intermediária
entre os diversos postulantes, Alkmin enfrenta a radicalização da vida política
nacional, circunstância que poderá levar o eleitorado a sufragar mais os
candidatos havidos como duros, combativos ou radicais. Também enfrenta impactos
indiretos dos escândalos que envolveram Aécio Neves e, em menor escala, José
Serra e outros. Suspeitas têm sido levantadas contra o próprio postulante,
atingindo-o diretamente.
Geraldo Alkmin não
cresce nas pesquisas, salvo no quesito rejeição, que teria chegado a 56% dos
eleitores em alta que pode ser uma tendência. Paulista, nunca exerceu nenhum
cargo na administração federal. Foi deputado federal, mas em sua passagem pelo
Congresso não se destacou. Tal circunstância pode limitar as suas
possibilidades fora do Estadão, onde a candidatura havida como radical, de Jair
Bolsonaro, subtrai do candidato tucano preciosos votos contrários ao gigantismo
do Estado e ao lulismo em particular. Minas Gerais, segundo maior colégio
eleitoral, parece menos inclinado a sufragar os tucanos, depois dos escândalos
da Lava Jato e assemelhados. A pulverização do eleitorado moderado, por força
do grande número de postulantes classificados como integrantes deste segmento,
também dificulta a caminhada do ex-governador paulista rumo ao Planalto.
Favorecendo-o temos o pequeno período em que se desenrolará a campanha, o tempo
de televisão, a estrutura partidária e o fato de ser um nome conhecido, quando
comparado aos que se apresentam como estranhos à política. Quanto aos
concorrentes veteranos, o desgaste por ser “profissional” da política é o
mesmo. A moderação afasta uma parte do eleitorado, mas os concorrentes
classificados, justa ou injustamente, como agressivos, extremistas ou radicais
perdem votos tanto para o outro extremo como para os que são havidos como
moderados.
Alkmin parece mal
situado, mas a volatilidade da nossa política e a incerteza geral da História
poderão surpreender.
Fortaleza, 16 de maio de
2018.
Rui Martinho Rodrigues
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