Carta ao leitor II
Amigas e amigos. Gostaria de apresentar-lhes, dentro de uma visão histórica, um resumido perfil do Padre Cicero Romão Batista. Cearense do Cariri, religioso por convicção e sentimento, como também político em razão de fatores circunstanciais, nunca abandonou os princípios básicos da justiça social, da oração e do trabalho, sempre na defesa dos mais humildes. Não há dúvida, “Padim Ciço” tornou-se santo pela vontade popular e foi responsável pela expansão da fé católica não só no Nordeste do Brasil, mas no restante do País e com reflexos em outros. Provavelmente, por sua vida não ter sido analisada, com a merecida ênfase, tomando-se por base aspectos teológicos e filosóficos, fez do ilustre patriarca uma figura polêmica, quando na verdade deveria ser uma unanimidade. Padre Cícero, a rigor, seguiu o pensamento de Santo Tomás de Aquino, tendo por ponto fundamental a doutrina escolástica, buscando a harmonia entre o racionalismo aristotélico e a tradição do cristianismo. Ademais, Padre Cícero também se inspirou na filosofia metafísica cristã de Santo Agostinho. Este tomou por base a doutrina de Platão, caracterizada por ideologias eternas e transcendentes, importantes para a consolidação do comportamento moral e da organização política. Sem dúvida, pode-se dizer que Padre Cícero foi um discípulo de Santo Tomás de Aquino e de Santo Agostinho. Lamentavelmente, muitos não entenderam e não comentaram. Como católico praticante, acredito ser necessária uma análise mais profunda das atitudes e do pensamento de Cícero, à luz das doutrinas básicas da Igreja, envolvendo diretrizes filosóficas e teológicas. Saudações.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
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