O Ler, o Rio, a Biblioteca
Toda gente
sabe que os livros e o ato de ler constroem um país. Toda gente sabe que neste
país se lê muito pouco. Toda gente sabe que - por isso mesmo – nosso povo
não usa da veemência e/ou da indignação para
cobrar das autoridades mais bibliotecas, mais livros, mais leituras.
Não se
amofinem os leitores deste espaço por eu abordar hoje um assunto talvez árido
para os despossuídos de livros. Os desabituados à leitura. Os que nunca
adentraram bibliotecas.
Asseguro-lhes
aqui que as três palavrinhas do titulo desta crônica emolduram ideias e
fermentam fazeres concretos. Que se
entrelaçam para propor benefícios para o Rio e afagos à cidadania do carioca.
Certamente que
todos sabemos o que seja uma Feira de Livro, bem como o que seja a Biblioteca
Estadual do Parque, aquele edifico térreo `a esquerda da Praça da Republica com
a Presidente Vargas, que faceia o Ministério do Exercito.
Criado pelo
gênio de Darcy Ribeiro, o prédio abrigou a mais moderna das bibliotecas do Rio.
E estava fechado, pasmem, há tempo tão prolongado que até parecia maldição de
conto de carochinha, aquele famosissimo do príncipe transformado em sapo.
O encanto
finalmente se desfez há dias, quando um pequeno grupo de empresários culturais beijou
o sapo. O feitiço se desfez. O belo
príncipe, posto em pé, febrilmente refez a Biblioteca.
Eu confesso
que não esperava assistir a milagre de tal dimensão A Biblioteca jazia imersa
na maldição do sapo, abandonada, fechada, sem serventia. De cortar o coração
comprovar os principais adereços do
príncipe enfeitiçado , os livros, sem quaisquer leitores. Igualmente
abandonados estavam os salões principais
do Palácio - Biblioteca e seus serviços essenciais como elevadores, jardins,
banheiros.
A Fada que
beijou o Sapo , fazendo-o acordar da maldição, reformou por sua conta e risco o
palácio estadual dos livros, do saber, da leitura.
E nele
instalou o Salão Carioca do Livro,
equipando-o com alternâncias criativas , que iam de stands de editoras e
centros culturais à palestras, shows. Ao longo do fim de semana espichado, de
quinta a domingo, o centro da cidade resplandeceu com milhares de pessoas
alimentando dupla magia, a do livro, do ler, dos espetáculos literários. E a do
sapo transformado de novo em príncipe. Ou seja, um dos lugares mais amados
pelos cariocas, sua Biblioteca Estadual do Parque, agora renascida das cinzas,
tal Fênix, liberta do feitiço
O que quero
dizer com o relatado acima é muito simples. Mas contundente e necessaríssimo.
Fica o apelo ao governo estadual que reabra , o mais cedo possível, o sonho do
Mestre Darcy Ribeiro. O sonho que virou sapo, que voltou a ser príncipe, há que
persistir. Lanço daqui campanha pública para que o Rio retome a nossa
Biblioteca.
E peço logo
adesão deste jornal. Afinal, sapos não
gostam do… DIA. Já os príncipes reluzem com a claridade do sol. Que viva para
sempre o Príncipe - Bibiloteca
Ricardo Cravo
Albin
Presidente do
Instituto Cultural Cravo Albin
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