UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE-CE
PACOTI E GUARAMIRANGA
Vver igual
Determinadas notícias não me empolgam. Ao contrário, entristecem-me.
Hoje, é comum lermos ou ouvirmos nos noticiários as seguintes manchetes: “Concluída as reformas do Palácio do Bispo, do Palácio da Abolição, da Rodovia X ou da Praça Y”. Ou, então: o governo pretende reformar a “Ponte dos Ingleses”, a Avenida Beira Mar...
Ora, como os nossos governantes apreciam a palavra “RESTAURAÇÃO! Como gostam de usar o nosso dinheiro desnecessariamente! Quantas vezes foram restauradas as praças do Ferreira, José de Alencar, ambas em Fortaleza; a Praça de Iracema, no Ipu, a orla das nossas praias, as nossas rodovias, monumentos e dezenas de outros.
Parece-me que isso ocorre em razão da incompetência, mas, principalmente, da possibilidade concreta e usual dos gestores se locupletarem nas conivências licitatórias superfaturadas. Ah! disso não tenho dúvidas.
Não seria mais fácil, menos oneroso para os cofres públicos as suas permanentes conservações? Por que isso não ocorre? Em benefício de que demolir os nossos prédios históricos, as nossas praças centenárias, os nossos logradouros? E o pior: em seus lugares constroem-se, sempre, edificações frágeis, feias e descartáveis. É um descaso.
Frise-se, ainda, a irresponsabilidades dos edis que, na mesa de um bar decidem trocar os nomes das ruas centenárias, denominando-as com os nomes de parentes inexpressivos. Lamentável.
Uma pergunta: Você já presenciou guardas municipais orientando os usuários visando as conservações dos nossos monumentos, das nossas praças? Creio que não. Os nossos monumentos e praças estão sob os cuidados dos vândalos. Esta é a verdade.
Nos países desenvolvidos isso não ocorre. O verbo empregado por seus governantes é “CONSERVAR”.
Que bom viajar naquelas regiões e poder constatar, “in loco”, a história centenária dos seus monumentos e praças seculares.
Por fim, acrescento: ressalvando a necessidade imperiosa imposta pela densidade demográfica, o trânsito, ou outro fato relevante, a ideia da reforma é sempre descabida, pois rasga-se, sem dúvida, um pedaço da história de uma cidade.
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