TIRADENTES – PATRONO DOS POLICIAIS MILITARES
Eudorio Fernandes*
As policias
militares reverenciam dia 21 de abril próximo passado, o miliciano Joaquim José
da Silva Xavier, Tiradentes, o qual sabidamente é patrono das PMs, porquanto no
posto de Alferes (hoje corresponde a 2° Tenente PM) da tropa paga da Capitania
de Minas Gerais, foi comandante da patrulha do “Caminho Novo”, que conduz ao
Rio de Janeiro e por onde escoavam o ouro e os diamantes extraídos na
Capitania.
Orgulham-se todos os policiais militares, por ter ele plantado a primeira semente de liberdade, dando verdadeiro. Exemplo de nacionalidade puro e autêntico; contribuindo de forma decisiva para a nossa formação cultural e cívica.
Lendo-se o
livro, “Brasil – Terra de Contrastes”, de Roger Bastide, encontra-se às fls. 31,
referindo-se a conspiração: “Não passou do estágio de conciliábulos entre
poetas e escritores, intelectuais e pequenos burgueses, imediatamente descobertos,
imediatamente reprimidos. A classe rural dirigente não foi sequer abalada pelo
movimento, o urbanismo, não estava suficientemente implantada no Brasil, a
Classe Média apenas nascia. O País não estava maduro para a independência”. Não
desconhecemos tal assertiva, porém, inconteste foi o exemplo de Tiradentes e de
vital importância para o despertar contra a odiosa exploração da Coroa
Portuguesa a época. Não abjurou com o pavor do suplicio, enquanto outros fraquejaram.
Muitos milhões iam em arrobas de ouro através do quinto pago a Coroa. Outras
conjuração acontecerem, aconteceram que sabe? Porém pretendiam simplesmente insurge-se
contra as desigualdades sociais ou cobrar com armas em punho, seu quinhão de
Fortuna?
O maior Mérito
de Tiradentes, porquanto não era abastado, foi o espirito idealista, o que
levou a se interessar pelos destinos da comunidade pátria. Qual o paralelo que faríamos
nos tempos modernos à ação de Tiradentes, no campo polícia-militar?
Entende que o
bem estar dos indivíduos é o resultado da normalidade da vida nacional, e que
esta tem com um dos aspectos o desassossego, a violência que abala os lares.
Comboiador pelas estradas, dos transportes de ouro e diamantes, com incumbência
de preserva-las, visando a manutenção da ordem pública, Tiradentes, compreendeu
muito bem, o interesse da segurança pública nas comunidades, resguardado o bem
comum em sua maior amplitude. E quem melhor que o policial militar, sofre na
pele as pressões das perturbações sociais, o sentido de civismo, de devoção ao
interesse público, no seu sentido mais lato?
Eudorio Fernandes é oficial da
reserva da PM e professo da UECE.
Coluna Publicada no Jornal
Tribuna do Ceará 15/05/1992
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