RESISTINDO
Antonio de Albuquerque Sousa Filho
Prof. Ap. da UFC
Após sete meses de reclusão para fins de combate à pandemia, alguns aspectos do nosso cotidiano tornaram-se relevantes. O primeiro foi à importância do SUS (Sistema Único de Saúde), que possibilitou à nossa população serviços essenciais como hospitais com UTI, transporte de doentes em ambulâncias devidamente equipadas (SAMU), medicamentos essenciais e serviços de diferentes profissionais da área da saúde.
Outro aspecto foi à crueza do grande desnível socioeconômico no nosso meio: brasileiros morando em habitações miseráveis, com um único cômodo para abrigar adultos e crianças, sem serviços de esgotos e água tratada, no momento em que seria indispensável lavar as mãos constantemente; sem iluminação elétrica; passando fome; sem renda suficiente para suas necessidades básicas; necessitando ir às ruas em busca de suas sobrevivências, quando a orientação era “fique em casa”.
O trabalho essencial e destacado das equipes de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares de saúde, que foram capazes de salvar muitas vidas e lutar bravamente por outras, que infelizmente morreram, por não sobreviveram ao vírus, de ação ainda hoje desconhecida em sua totalidade. O Hospital Geral de Fortaleza prestou uma homenagem singela e inovadora, escrevendo numa parede do hospital, em forma de painel os nomes dos membros das várias equipes médicas, que participaram do combate ao Covíd-19.
Tornou-se clara a extrema necessidade de apoiarmos nossos cientistas e dotar de mais recursos financeiros e humanos as instituições universitárias e centros de pesquisa. A qualificação dos recursos humanos, especialmente na área da saúde, está a exigir maior apoio por parte dos nossos administradores públicos.
A solidariedade foi outro aspecto importante na sociedade brasileira seja por parte de entidades religiosas, empresas privadas, associações de bairros, movimentos de voluntários e ações individuais. Esperamos que tais atitudes possam ter continuidade.
Outras ações pouco destacadas, mas igualmente importantes, têm sido desempenhadas por profissionais como lixeiros, entregadores de mercadorias, motoristas de coletivos, táxis e ubers, trabalhadores dos supermercados e farmácias, porteiros dos prédios residenciais, servidores das seguranças pública e privada. Com destaque para os professores (as), que muitas vezes sem treinamentos suficientes e carentes de equipamentos modernos de informática, ministraram aulas para seus alunos via internet.
Enquanto não chegam as vacinas, continuaremos atentos às recomendações prescritas (lavar as mãos constantemente, usar máscaras, higienizar as compras feitas, evitar aglomerações, utilizar testes, ficar em casa e atento aos possíveis sintomas), como a única forma de reduzir o contágio desse terrível vírus, causador de uma das maiores pandemias da humanidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário