Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

ATA DA SESSÃO SOLENE DE POSSE DA DIRETORIA DA ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS PARA O BIÊNIO 2018-2020


ATA DA SESSÃO SOLENE DE POSSE DA DIRETORIA DA ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS PARA O BIÊNIO
2018-2020
No dia três de outubro de 2018, às 19h:30, reuniu-se, em sessão solene, a Academia Fortalezense de Letras, no Salão Nobre do Palácio da Luz, à Rua do Rosário, nº 01, Centro, Fortaleza – Ceará, com a presença dos acadêmicos efetivos Fernanda Quinderé, Giselda Medeiros, Révia Herculano, Seridião Montenegro, Luisa Bomfim, Vicente Alencar, Ubiratan Aguiar, Cybele Pontes, Geraldo Jesuíno, Beatriz Alcântara, Regina Fiúza, Constança Távora, Leda Maria, Eduardo Fontes, Irapuan Aguiar, Antônio Colaço, Celma Prata, João Soares Neto, Jeff Peixoto, José Augusto Bezerra, Artur Bruno, Gizela Nunes da Costa, e dos integrantes do Quadro de Honra, Juarez Leitão e Suzana Ribeiro.
Justificaram as ausências, por motivos de força maior, Cid Carvalho, presidente de honra da AFL, Graça Fonteles, Tales de Sá Cavalcante, Regis Frota, Roberto Ribeiro e Lúcia Lustosa da Costa.
A Mestra de Cerimônias, confreira Regina Fiúza, anunciou a composição da Mesa, com a Presidente Fernanda Quinderé ao centro, tendo à sua esquerda o Presidente da Academia Cearense de Letras, Ubiratan Diniz de Aguiar, a Presidente da Sociedade Amigas do Livro, Celma Prata e o Presidente da Academia Cearense de Medicina, Djacir Guedes de Figueiredo, e, à sua direita, o Presidente eleito da AFL Seridião Correia Montenegro, o Presidente da Associação Brasileira de Bibliófilos, representando o Instituto do Ceará, José Augusto Bezerra, e Luiz Gonzaga da Fonseca Mota, da Livraria de Escritores Cearense. Em seguida, citou os nomes dos presidentes de academias de letras presentes.
A Presidente Fernanda Quinderé deu início à reunião saudando os componentes da mesa e, em especial, o presidente da Academia Cearense de Letras, Ubiratan Diniz de Aguiar, os presidentes das demais academias e entidades culturais, os membros da Academia Fortalezense de Letras e os que fizeram parte de sua diretoria nos dois mandatos, enfatizando que todos ajudaram a academia a cumprir os seus objetivos, tendo como meta andar para frente. Disse que “olhar para trás, somente para não esquecer aqueles que nos inspiraram e nos abriram portas e nos acenderam as luzes do futuro. Em seguida, agradeceu a parceria feita com a Organização Educacional Farias Brito, na pessoa do Presidente Tales Sá Cavalcante, da qual resultou a construção da biblioteca da AFL, a inauguração do Largo da Poesia, espaço aberto à frente da biblioteca, dedicado aos abençoados pela arte da escrita e ao Príncipe dos Poetas Cear Arthur Eduardo Benevides.
Lembrou que, nesses quatro anos, reorganizou o quadro de sócios honorários e deu continuidade ao projeto Literar. Mencionou a desistência dos companheiros: Ednilo Soárez, que cedeu o lugar para Tales de Sá Cavalcante; Maria do Carmo, para Genuíno Sales; e Inês Figueiredo, para Maria Luiza Bonfim, e que foram elevados ao quadro de honra: Juarez Leitão, cedendo lugar a Maria das Graças e Suzana Ribeiro, a Geraldo Jesuíno.
Lamentou o desaparecimento de Aila da Costa Ribeiro, dando lugar a Celma Prata; Francisco Lima Freitas a Arthur Bruno; Teodoro Soares a Irapuan Aguiar. E lembrou que, recentemente, foram para onde os espíritos de luz os levaram: Rita de Cassia Araújo, Mauricio Benevides e Genuíno Sales.
Concluiu dizendo: “Encerro as duas gestões que me foram confiadas, com algo que se aligeira em mim, e, com toda a humildade que eu possa ter, passo às mãos do novo presidente, eleito por unanimidade, Seridião Montenegro, as chaves do nosso futuro acadêmico, como se abríssemos a porta de um novo tempo, iluminado por bênçãos e por muita inspiração” e citou o poeta Fernando Pessoa: “O essencial é saber ver. Saber ver sem estar a pensar”.
Em seguida, declarou empossado como presidente da Academia Fortalezense de Letras Seridião Correia Montenegro, com quem trocou de lugar.  
Com a palavra, o presidente Seridião Montenegro solicitou que os componentes da nova diretoria ficassem de pé e declarou empossados, como Vice-presidente, Antônio Colaço Martins; como Secretário Geral, Giselda de Medeiros Albuquerque; como 1º Secretário, Irapuan Diniz de Aguiar; como 2º Secretário, Eduardo Humberto Fontes; como 1º Tesoureiro, Maria Luísa Bomfim; como 2º Tesoureiro, Lúcia Maria Lustosa da Costa Martins; como Diretora de Cultura, Maria Beatriz Rosário de Alcântara; como Diretor de Publicação, Geraldo Jesuíno; como Diretor de Comunicação, Leda Maria Feitosa Souto e como Diretor de Relações Públicas, Antônio Vicente Alencar.
A mestra de cerimônia Regina Fiúza anunciou então a palavra do novo presidente da AFL, Seridião Montenegro, que, inicialmente, pediu vênia para quebrar o protocolo e prestar uma rápida e singela homenagem a sua mãe, Maria Hilma Correia Montenegro, que no dia 7 de outubro estaria completando cem anos, “agradecendo a Deus pela oportunidade de ter nascido numa família em que a honra, a dignidade, o culto à verdade e a devoção ao trabalho, foram os valores transcendentais transmitidos aos descendentes e o amor aos estudos e aos livros, o meio de alcançá-los”.
Sobre sua mãe, disse que, no curso de sua vida, ela se dedicou ao estudo da história e, de forma incansável, às atividades do magistério, à pesquisa e à literatura, tendo participado de diversas academias e entidades literárias e que, embora tenha publicado apenas um livro, “Na Esplanada da História”, deixou inúmeros e valiosos trabalhos inéditos, que foram, depois de pesquisa exaustiva, reunidos num livro dedicado à sua memória, juntamente com crônicas e poesias em sua homenagem, escritas por filhos, neta, sobrinho, primos, amigos e colegas das entidades de que participava: a Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, que ela presidiu por quatro anos, a Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará - ALMECE e a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB Ceará.
Sobre o novo livro - “Hilma Montenegro – Na Esplanada da Vida” - organizado por ele, disse que “não se trata de um simples relato de sua vida, mas uma obra literária, que retrata, de forma muito fiel, o perfil de uma mulher lutadora e determinada, simples, leal, e humilde, mas de uma grandeza moral e intelectual incomparáveis, a quem eu e meus irmãos devemos a vida, mas principalmente a educação e a formação moral, que nos permitiram caminhar passo a passo, subindo degrau por degrau, na escalada dessa imensa montanha que é a vida, para conquistar os nossos sonhos e realizar as mais sublimes aspirações de nossas existências.”
E finalizou a homenagem dizendo: “Quero dedicar à minha querida mãe, Maria Hilma Correia Montenegro, no seu centenário, este solene e gratificante momento da minha vida”.
Fez em seguida a saudação aos componentes da mesa, aos confrades e confreiras, aos integrantes da nova diretoria da AFL, aos presidentes e membros de academias e entidades literárias, às autoridades, colegas, amigos e parentes, destacando a presença dos filhos: Cecília, David, Seridião Filho, Daniel, Camila e Thiago, e do neto Arthur, representando os netos ausentes, lamentando a ausência da filha, Maria Tereza, que não pôde comparecer.
Iniciou seu discurso voltando o olhar para o passado e se deixando “envolver pela visão caleidoscópica da História para, a partir da origem da humanidade e da dispersão dos povos, contemplar em imaginação momentos marcantes de sua evolução, em que a força criadora do homem reveza as mais geniais descobertas científicas e tecnológicas, capazes de salvar o gênero humano do extermínio e da morte e prolongar o seu ciclo de vida, com terríveis ações de cruel destruição, na produção de letais instrumentos bélicos e em frequentes e devastadoras guerras, que marcaram o destino da humanidade”. Nessa contemplação do passado, imaginou como seria a vida, na atualidade, sem a descoberta da roda, da corda, da pólvora, do vidro, da lâmpada, das medidas do tempo, da bússola, do telefone, da fotografia, da televisão, do computador e da internet, que viabilizou a instantaneidade das comunicações, inclusive pela utilização das redes sociais. E indagou em que patamar estariam as ciências, as artes e a literatura sem a descoberta do papiro, dos pergaminhos e da prensa, sem a criação dos símbolos pictográficos, que ensejaram o surgimento dos alfabetos, e sem os livros, companheiros da escrita, que tiveram grande importância para a realização dos registros históricos, a compilação das leis, a divulgação das ideias e o registro e acumulação dos conhecimentos que nos foram legados por cientistas e filósofos, no curso dos séculos. Imaginou-se numa viagem no tempo e no espaço, em uma hipotética visita a Atenas, para um encontro, no mundo anímico, com Platão, a fim de haurir alguns de seus ensinamentos sobre a filosofia da verdade, da moral e da beleza, favoráveis ao desenvolvimento das coisas do espírito. E disse que a academia idealizada por esse genial pensador grego “desabrochou na riqueza de uma floração maravilhosa, semeando aqui e alhures um sem-número de Jardins de Academus”, como a nossa luminosa Academia Fortalezense de Letras. E citou o amigo e confrade José Augusto Bezerra, que, no discurso de posse na Academia Cearense de Letras, disse: “em todo o mundo e com o mesmo nome inicial, cada Academia tem sido uma recriação espiritual daquele longínquo momento em que alguns se reuniram, por entre um jardim, que os inspirava, uma casa que os abrigava e uma biblioteca que os orientava”.
O presidente da Academia Fortalezense de Letras declarou que considerava um imperativo indeclinável lançar um olhar retrospectivo sobre sua história, desde a fundação em 14 de junho de 2002 e formular alguns agradecimentos, atendendo à sábia recomendação do poeta romano Virgílio, grande expoente da literatura latina, que disse: “Enquanto os rios correrem para o mar, os montes fizerem sombra aos vales e as estrelas fulgirem no firmamento, deve durar a recordação do benefício recebido na mente do homem reconhecido”. Disse então que não poderia deixar de registrar, nesse momento solene, o agradecimento aos idealizados da nossa academia, Matusahila de Sousa Santiago e José Luís Lira e aos demais fundadores da Academia Fortalezense de Letras, que conseguiram gerar, desde sua criação, uma academia forte, pujante, intimorata e vibrante, congregando poetas e intelectuais, dentre os maiores expoentes da elite cultural e literária do nosso Estado. Seridião homenageou os seus antecessores, que ajudaram a consolidar e tornar cada vez mais altaneira e dinâmica essa academia, os ex-presidentes Cid Saboia de Carvalho, Cybele Valente Pontes, Ednilo Soárez, João Soares Neto, Lúcia Maria Lustosa da Costa Martins, Gizela Nunes da Costa e Fernanda Maria Romero Quinderé. À presidente Fernanda Quinderé, fez uma homenagem especial pelo trabalho admirável que realizou nos seus quatro anos de administração, quando firmou oportuna e produtiva parceria com a Organização Educacional Farias Brito, que erigiu, no recinto de sua Faculdade, as instalações físicas da nossa biblioteca, nos disponibilizou o auditório “Espaço da Palavra”, nos cedeu em momentos especiais e, por ocasião da abertura do Encontro de Escrita e Leitura - LITERAR, o Teatro Nadir Papi de Saboia, e construiu o “Largo da Poesia”, em homenagem ao Príncipe dos Poetas Cearenses, Artur Eduardo Benevides, e a todos os inspirados poetas da AFL e do nosso Estado. Agradeceu ainda à ex-presidente Fernanda Quinderé, por lhe ter confiado, nos quatro anos de sua administração, a 1.ª secretaria da academia, e por ter indicado o seu nome para concorrer à presidência desta importante agremiação literária. Formulou também o agradecimento sincero, na pessoa de seu Presidente Ubiratan Diniz de Aguiar, à Academia Cearense de Letras, academia-mãe de todas as academias cearenses, que, desde 2002, nos acolhe neste templo sagrado da cultura e do saber. Finalmente, agradeceu aos companheiros que o elegeram e aos que aceitaram participar da nova diretoria da AFL, “no cumprimento da missão institucional a nós confiada, pelos próximos dois anos”.
O presidente Seridião Montenegro prestou ainda uma saudosa homenagem aos confrades e confreiras, que, no curso desses 16 anos, desde a fundação, nos deixaram para entrar na eternidade: Aíla da Costa Ribeiro Pereira, Francisco Lima Freitas, José Maria Barros Pinho, Cláudio Roberto de Abreu Pereira, José Telles da Silva, Marcelo Caracas Linhares, Orlando Leite Ribeiro, José Teodoro Soares e, mais recentemente, a brilhante poetisa Rita de Cássia Araújo, o grande mestre da oratória e incansável cultor da música, Maurício Cabral Benevides, o menino simples e humilde do interior do Piauí, que conquistou o Ceará e se tornou um baluarte da literatura e do magistério no nosso Estado, o sempre bem-humorado Genuíno Sales, e o acadêmico honorário, inspirado ficcionista e ensaísta brasileiro, o iluminado poeta da Estrela Azul, Horácio Dídimo.
Em seguida afirmou: “Volto os meus olhos para o futuro, cheio de esperanças, encarando a enorme responsabilidade que se nos apresenta, a mim e aos valorosos companheiros de diretoria, que comigo terão o encargo de dirigir os destinos da nossa academia. Nós, que formamos a elite intelectual da nossa cidade, temos a obrigação de, nos nossos escritos, nas nossas poesias e na nossa atuação acadêmica, lutar por um mundo melhor, pela melhoria das condições de vida das camadas mais pobres da população, facilitando-lhes o acesso à educação e à sua participação nas atividades culturais, e procurando incentivar os jovens a se dedicarem aos estudos como forma de superar e vencer as barreiras das desigualdades e da falta de oportunidades”.
Declarou a sua entusiástica adesão ao brado de alerta formulado pelo Presidente da Academia Cearense de Letras, Ubiratan Diniz de Aguiar, no último dia 08 de agosto, quando liderou movimento partilhado com as academias de letras e demais entidades culturais do nosso Estado, exigindo dos responsáveis pela formulação das políticas públicas tratamento mais digno para a cultura. Afirmou que, ao aceitar o desafio de presidir a AFL, acalenta sonhos e ideias e planeja a execução de projetos, que lhe permitam dar continuidade ao trabalho de valorização e engrandecimento da AFL, na linha do que vem sendo realizado nas administrações anteriores.
Ao encerrar o seu discurso citou as palavras do escritor espanhol Antônio Hernandez, no livro “Algo de minha Vida”: “Quem sonha sem lutar não alcança. Quem luta sem sonhar não vive.” E acrescentou: “Quero que a grandeza dessa verdade genial norteie a nossa atuação, na presidência da Academia Fortalezense de Letras, nos próximos dois anos, e nos faça vivenciar a translúcida e luminosa existência de um lutador, que sonhou para viver, e de um sonhador, que lutou para alcançar o seu destino.”
O presidente Seridião Montenegro encerrou a solenidade, agradecendo a presença de todos e convidando para o coquetel por ele oferecido aos presentes.
E nada mais havendo a tratar, lavrei a presente ata, que, aprovada, será assinada por mim, Irapuan Aguiar, 1.º secretário, e pelo presidente Seridião Montenegro.
Fortaleza, 03 de outubro de 2018
Seridião Correia Montenegro
Presidente
Irapuan Diniz de Aguiar
1º Secretário

Nenhum comentário: