VACINA POUCA, MINHA INJEÇÃO PRIMEIRO
Quando a farinha é pouca, os espertos querem seu pirão primeiro pois
é a garantia para não ficar com o prato vazio. Na mesma linha
proverbial, filosofando agora com a pouca quantidade de vacina para
imunizar a população contra o corona vírus, alguns adeptos da "Lei do
Gerson", aquela em que o jogador Gerson da seleção brasileira de 1970
preconizava em um comercial de cigarros, que ele gostava de levar
vantagem em tudo, também estão querendo levar vantagem furando a fila de
prioridades no recebimento dos imunizantes e adotando a máxima: Vacina
pouca, minha injeção primeiro.
É gente que antes duvidava da eficiência da vacina correndo para
receber o pico de qualquer uma que apareça no mercadão da Covid19, mesmo
que ainda não tenha chegado a sua vez, é "cara de pau" usando as famosas
carteiradas para garantir seu habeas-corpus vacinal que o libertará do
isolamento social, é bicão buscando uma brecha pra colocar o braço na
seringa, é político fazendo seu marketing às custas do braço alheio, é
Zé Ninguém querendo ser um influenciador vacinal e muito mais gente que
não quer nem saber da ciência, da eficiência, da consciência ou da
procedência da vacina, o importante é tomar logo as suas duas doses na
frente de todos e poder aglomerar com muito pirão e bastante injeção de
deslocamentos sociais.
Paulo Roberto Cândido
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