CASTELO E ULISSES
A história mais recente do Brasil mostra dois homens que merecem o respeito e a admiração dos brasileiros. Refiro- me ao ex-presidente Castelo Branco e ao nobre deputado Ulisses Guimarães. Acredito, que neste resumido texto, não agradarei à esquerda radical, como também à direita radical, todavia tenho a certeza que os autênticos democratas, diante das razões ressaltadas, ficarão contentes. Como fazem falta figuras públicas do porte dos dois políticos mencionados! Conheci um pouco da vida de Castelo, em conversas com a grande Rachel de Queiroz, na época em que governava o Estado do Ceará. Mantive alguns encontros culturais e políticos com a maior escritora cearense em todos os tempos. Mulher digna, competente e honesta, admirada no Brasil e no exterior. Castelo era muito amigo de Rachel e faleceu em 1967, em trágico desastre aéreo, vindo para Fortaleza após almoçar com a famosa escritora em Quixadá, na fazenda “Não me Deixes”. Pois bem, certo dia de 1985, perguntei à Rachel o seguinte: - O Castelo Branco era ditador? Ela me respondeu com firmeza e mostrando sinceridade: - “Não, Gonzaga. Castelo era um democrata autêntico e não suportava a corrupção. Praticamente, foi deposto”. Por outro lado, no ano de 1992, eu conversava bastante com o meu eminente colega deputado Ulisses Guimarães. Quanta honra! Morávamos no mesmo Bloco de apartamentos em Brasília e fomos parceiros no processo de redemocratização do Brasil, ao lado de Tancredo Neves, Aureliano Chaves, Franco Montoro, Marco Maciel, dentre outros. Nossas conversas eram sobre política. Certa vez, fixou os olhos em mim e disse o seguinte: - “Gonzaga, nunca esqueça dos princípios democráticos e de que a corrupção é o cupim da república.” O que a Rachel me disse de Castelo foi semelhante ao que me foi dito por Ulisses. P.s.: Doutor Ulisses faleceu em 1992, também em desastre aéreo.
Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC
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