ENFIM, 2021
Antonio de Albuquerque Sousa Filho
Prof. Aps. da UFC
2020 nos trouxe pandemia, crise econômica, mexeu com costumes e tradições, separou familiares e amigos, acirrou desigualdades, aumentou o desemprego, ressaltou a importância de setores como a saúde, a ciência e as lideranças públicas. O Covid-19 provou que nações ricas e pobres, são igualmente vulneráveis.
Todavia, tivemos avanços importantes na ciência. Surgiram vacinas graças aos investimentos de recursos financeiros em pesquisas e a qualidade dos laboratórios e equipamentos existentes, o avanço de estudos sobre vírus, a capacitação dos pesquisadores em diversos países (mais de 150 países envolveram seus cientistas em pesquisas). Os meios de comunicação de massas e internautas pressionaram no combate à pandemia.
No Brasil, tivemos um país dividido, briga politica pelo poder, ausência de politicas adequadas para as áreas de saúde, educação e emprego, agravamento da desigualdade social da população da periferia de nossas cidades, ausência de lideranças públicas à altura do momento, divulgação de noticias falsas em larga escala, predomínio de negativismo, disputada por populismo e interesses pessoais, imediatismo das ações, falta de um projeto nacional e muitos atos de corrupção. Faltou uma visão de dimensão nacional. Mesmo assim, tivemos pontos positivos como o auxilio emergencial, a atuação dedicada dos profissionais da área médica, os movimentos de solidariedade social, a ação eficiente e importante do SUS.
Para 2021, precisamos de paz, com menos extremismos entre a população brasileira. Menos vaidade pessoal e mais eficiência dos poderes executivo, legislativo e judiciário.
Precisamos de determinação para enfrentar os problemas sociais, econômicos, estruturais, educacionais, diminuição da pobreza, do desemprego, dos desníveis regionais, dos crimes ambientais, do combate às gangues criminosas e a corrupção.
Precisamos de ação para acabar com a pandemia, provocada pelo Covid-19, usando com planejamento eficiente e rápido da aplicação de vacinas. Combater o uso de vacinas é desconhecer o avanço da ciência, dos resultados inovadores das pesquisas médicas e das ações dos países mais desenvolvidos do mundo, que estão aplicando vacinas nas suas populações. A ciência confirma que, a melhor forma de combater uma doença provocada por vírus é o uso de vacinas, ainda que saibamos que nunca existiram vacinas 100% eficientes.
Finalmente, precisamos com urgência de estadistas, lideranças capazes de somar e não de dividir. Chamar pessoas de diferentes ideologias, crenças religiosas, filiações partidárias, de raças diversas, de regiões geográficas diferentes, de profissões várias, de idades e experiências de vida diferenciadas, formadores de opinião e pertencentes a diversas instituições púbicas e privadas. Colocar na mesa os problemas e desafios brasileiros a serem discutidos e analisar sugestões. A problemática nacional só será resolvida através do diálogo, da aceitação dos pontos de vista divergentes e da colaboração de muitos. Enquanto escrevo, estou a lembrar a figura extraordinária que era Nelson Mandela, Presidente da África do Sul, no período de 1994 – 1999 e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993. Ele passou 27 anos preso e, ao tomar posse como Presidente, deu as mãos aos seus torturadores brancos e acalmou os extremistas negros de seu partido, tornando-se o pai da modernidade da nação sul africana.
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