DEPRESSÃO CÍVICA
Quando ocorreu a crise do Banco Lehman Brothers, em 2008, nos EUA, os efeitos se propagaram de forma perversa por outras economias levando descontrole a vários países em razão da tendência natural do processo de globalização. Na época, particularizando a situação brasileira, alguns especialistas disseram que era um “tsunami” econômico; outros afirmaram que estávamos enfrentando uma “marolinha” e, na nossa modesta opinião, ressaltamos algumas vezes que se tratava de uma “marola”. Como se diz, “nem tanto ao mar nem tanto à terra”. Não obstante, o risco em virtude do início do problema ter sido nos EUA, principal parceiro econômico do Brasil, ocorreu relativa acomodação motivada por indicadores econômicos satisfatórios, tais como, taxas de inflação, de desemprego, de crescimento, de câmbio, bem como as contas externas apresentando resultados aceitáveis, em razão das exportações de “commodities”, principalmente, para a China expansionista. Diante deste prisma de referência, ao longo do tempo, o Governo passou a se afastar do chamado tripé macroeconômico(metas de inflação, equilíbrio fiscal e câmbio flutuante), como também não buscou outros mercados na Europa e na Ásia, por exemplo, ficando preso ao Mercosul, notadamente, à Argentina e à Venezuela, dois países com dificuldades significativas. Não procuramos a Aliança do Pacífico. Some-se a isto, as deploráveis consequências motivadas, lamentavelmente, por desvios de conduta, com destaque para os conhecidos escândalos do mensalão e do petrolão. O quadro atual não é nada animador. As estatísticas oficiais estão mostrando.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
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