Faleceu em 16 de agosto o poeta app nº 399 - Rui Galanternick. Seu corpo foi sepultado hoje às 10:30h no Cemitério Israelita do Caju. Nossa saudade sempre.
Nascido em Porto Alegre/RS, formado em medicina, em 1965, pela UFRGS, transferiu-se pouco depois para o Rio de Janeiro, onde viveu e trabalhou como psicoterapeuta de orientação analítica. Escreveu poemas desde os anos 60, passando, a partir de 1998, a ler seus trabalhos pelos saraus da cidade. Divorciado, pai de dois filhos, lançou seu livro de estreia, “Fundamental, 50 Anos de Poesia”, em maio de 2009, pela Íbis Libris Ed.. Lançou CD de poemas de sua autoria nas vozes dos principais poetas performáticos do Rio de Janeiro. Publicou trabalhos em jornais, revistas e antologias, dentre os quais: Ponte de Versos, 4 anos, Íbis Libris Ed., 2003; Ponte de Versos, 8 anos, Íbis Libris Ed., 2008; Poesia nos Arcos, Oficina Ed., 2006; 2555 Dias de Poesia, EXATO Ed.; Revisa Literária Plural, nov 2006, Oficina Ed. Escreveu crônicas para o jornal literário "O Correio".
CAPÍTULO FINAL
Rui Galanternick
Comem-lhe, os vermes, as tripas,
enquanto saltam dos olhos
sapos e lagartixas.
Ele está sofrendo
São delírios? É um castigo?
É o Capítulo Final.
Quer beber, evapora-se a água...
Quer fugir, somem-lhe os pés...
Ele quer amar, falta-lhe paixão.
Sente o vento gelado dos condenados,
o cheiro de mijo dos mal paridos,
o pedregulho dos andarilhos,
o negror dos abismos do fundo do mar.
– Que te estraçalhem as carnes!
Ha! Ha! Ha!
– Que esmoreça todo o teu ardor!
Flores, não terás mais, nem venturas.
Não é um castigo,
nem mesmo um martírio.
É um destino, o teu, por acaso.
Olé!
Não há mais o que ser,
tampouco restou onde reinar.
Retornar ao pó
é o final do teu roteiro:
o primoroso enredo
do herói que deu em nada!
Nada!
nada!
nada!
Rio, agosto de 2001
Att;
sergiogeronimo
pres. da APPERJ
2016 | 2018
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