Resumo histórico
A despeito das raízes do passado, as causas das desigualdades no Brasil encontram-se, principalmente, nas limitações do processo de crescimento, nas tentativas fracassadas de ajuste econômico e nas consequências pouco vantajosas do processo de reestruturação econômica imposto pela globalização. Na verdade, a perversa concentração de renda brasileira resulta no aumento do número de pessoas vivendo em situação precária, sem acesso às mínimas condições de saúde, educação e serviços básicos. Lamentavelmente, o Brasil apresenta uma péssima distribuição de renda: cerca de 1% dos mais ricos concentra 13% de renda nacional e, por outro lado, 50% dos mais pobres ficam também com 13%. Ademais, as desigualdades regionais persistem, vez que são preocupantes os indicadores sócio-econômicos, comparando-se as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste com o Sul e Sudeste. O Nordeste, por exemplo, ao longo do tempo, continua com um terço da população brasileira e participando com apenas 13% a 14% do PIB (Produto Interno Bruto). Faz-se necessária a realização de investimentos compatíveis com o peso demográfico, bem como de natureza estrutural e não apenas circunstancial. Ressalte-se que a situação é ainda mais preocupante, pois há algum tempo abandonou-se o “planejamento de governo” – abordando aspectos estratégicos de ordem política, econômica e social – e passou-se a adotar com ênfase o “planejamento de marketing”, nem sempre verdadeiro e construtivo. Por fim, enquanto persistirem essas desigualdades, o Brasil não deixará de ser um país socialmente injusto.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
Nenhum comentário:
Postar um comentário