Ciclovias
Publicado no jornal O POVO, em 13 de abril de 2015
MOBILIDADE
Fortaleza adquiriu um ar evoluído e prazenteiro com as ciclovias. Uma oportunidade saudável para se trafegar à vontade a qualquer hora do dia, sobretudo pela manhã ou final da tarde, quando as temperaturas são mais amenas. No entanto, as ciclovias foram arranjos criados em ruas estreitas de uma cidade não planejada e com um trânsito convulso. Além disso, destaque-se a indiferença ou o desconhecimento em relação às normas do trânsito que acomete a maioria da população. Assim, todo cuidado é pouco para que não ocorram acidentes.
Por força das circunstâncias, algumas ciclovias ainda possibilitam o vai e vem de bicicletas. Assim, elas circulam no fluxo e no contrafluxo, o que pode acarretar atropelamentos de pedestres não acostumados com a possibilidade de se deparar com uma bicicleta no sentido contrário ao permitido, além de colocar em risco o próprio ciclista. Sem contar que, alguns motociclistas se sentem à vontade para usufruir da nova via. Outro dia observei um indivíduo correndo a pé na ciclovia e um motociclista utilizando-a para poder se deslocar com mais rapidez.
Um dia desses, uma senhora atravessava na faixa de pedestres enquanto os carros parados aguardavam o sinal verde. Uma ciclista, indiferente às normas de trânsito, simplesmente não parou, entrou obliquamente e por pouco não atropelou a mulher que, felizmente, foi bastante ágil para evitar um acidente. Ciclistas necessitam estar cientes não apenas de seus direitos, mas também de seus deveres como cidadãos conscientes. As normas de trânsito não foram feitas apenas para alguns, mas para todos!
A liberação de ciclistas na contramão também favorece os acidentes. Motoristas, acostumados a olhar em direção ao fluxo de veículos, por vezes intenso, não se dão conta da possibilidade de ciclistas no sentido contrário. Estes, por sua vez, usufruem dos direitos que a lei lhes confere e não empregam para si a direção defensiva. Talvez a maioria nem saiba o que é isso! Invadem a pista na contramão dos veículos e não se dão conta de que o motorista pode atingi-los inadvertidamente. Ciclistas também precisam se prevenir e não circular como se as ciclovias provessem segurança total.
Não basta, pois, construir ciclovias, pensando-se que no dia seguinte, todos serão exímios ciclistas ou que os demais motoristas tornar-se-ão conscientes, cautelosos e gentis. Há necessidade de educação continuada para o trânsito a fim de se reduzir os riscos a que todos nos encontramos sujeitos no cotidiano.
Celina Côrte Pinheiro
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