Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

segunda-feira, 9 de março de 2015

LUAR DO SERTÃO - CATULO DA PAIXÃO CEARENSE

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE
(1863-1946)

Nasceu em São Luis do Maranhão e mudou-se para o Rio de Janeiro, com os pais, em 1888, ainda adolescente, onde trabalhou como joelheiro.

Relacionou-se com músicos (“chorões”) da época, participando da vida boêmia da cidade. De suas composições, o “Luar de Sertão” (1908), com letra de sua autoria, é até hoje peça popular, considerada um verdadeiro hino do sertanejo.  Atribuem ao poeta a popularização do violão em salões da sociedade de seu tempo e também a reforma da “modinha”. Publicava seus poemas em formato de cordel.


LUAR DO SERTÃO

(Letra de música)


Não há, oh gente  
oh não, Luar  
Como esse do sertão
Oh que saudade  
Do luar da minha terra  
Lá na serra branquejando  
folhas secas pelo chão

Este luar cá da cidade  
Tão escuro  
Não tem aquela saudade  
Do luar lá do sertão

Não há, oh gente...

Se a lua nasce  
Por detrás da verde mata  
Mais parece um sol de prata  
Prateando a solidão

E a gente pega  
Na viola que ponteia  
E a canção  
É a lua cheia  
A nos nascer do coração

Não há, oh gente...

Coisa mais bela  
Neste mundo não existe  
Do que ouvir-se um galo triste  
No sertão, se faz luar

Parece até que a alma da lua  
É que descanta  
Escondida na garganta  
Desse galo a soluçar

Não há, oh gente...

Ah, quem me dera  
Que eu morresse lá na serra  
Abraçado à minha terra  
E dormindo de uma vez

Ser enterrado  
Numa grota pequenina  
Onde à tarde a sururina  
Chora a sua viuvez

Não há, oh gente...

                                     

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