Por Gilberto Geraldo Garbi
(adaptação livre do poema de Carlos Drummond de Andrade)
E agora, Rousseff?
A festa acabou,
o ladrão delatou,
o povo rugiu,
o PIB mixou,
e agora, Rousseff?
e agora, você?
Você que é “a gerente”,
que zomba dos outros,
você que fez guerra,
assaltos e bombas?
E agora, Rousseff?...
Está sem Congresso,
está sem caminho,
está sem discurso,
já não pode esconder,
já não pode enganar,
mentir já não pode,
o Cunha ganhou,
o ensino não veio,
o transporte não veio,
a Copa não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e a base traiu
e a inflação voltou...
e agora, Rousseff?...
E agora Rousseff?
Sua rude palavra,
seu instante de choro,
sua gula por mando,
seu voluntarismo,
seus Eikes Batistas,
sua incompetência,
seu ódio às elites– e agora?...
Com cargos na mão,
quer abrir as portas,
não existem portas;
quer socorro do Santana,
mas o marketing secou;
quer conselhos do Lula,
mas o Brasil acordou.
Rousseff, e agora?...
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você renunciasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
o Sírio não deixa, Rousseff!!!...
Sozinha no escuro,
trancada em palácio,
sem demagogia que a salve,
sem herança maldita
para se desculpar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, Rousseff!!!!
Rousseff, para onde???
Gilberto Geraldo Garbi é Poeta. Com o perdão de Carlos Drummond de Andrade, por invocá-lo neste momento imundo do Brasil.
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