Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

segunda-feira, 23 de março de 2015

E agora, Russefa?

Por Gilberto Geraldo Garbi

(adaptação livre do poema de Carlos Drummond de Andrade)


E agora, Rousseff?
A festa acabou,
o ladrão delatou,
o povo rugiu,
o PIB mixou,
e agora, Rousseff?
e agora, você?
Você que é “a gerente”,
que zomba dos outros,
você que fez guerra,
assaltos e bombas?
E agora, Rousseff?...

Está sem Congresso,
está sem caminho,
está sem discurso,
já não pode esconder,
já não pode enganar,
mentir já não pode,
o Cunha ganhou,
o ensino não veio,
o transporte não veio,
a Copa não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e a base traiu
e a inflação voltou...
e agora, Rousseff?...

E agora Rousseff?
Sua rude palavra,
seu instante de choro,
sua gula por mando,
seu voluntarismo,
seus Eikes Batistas,
sua incompetência,
seu ódio às elites– e agora?...

Com cargos na mão,
quer abrir as portas,
não existem portas;
quer socorro do Santana,
mas o marketing secou;
quer conselhos do Lula,
mas o Brasil acordou.
Rousseff, e agora?...

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você renunciasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
o Sírio não deixa, Rousseff!!!...

Sozinha no escuro,
trancada em palácio,
sem demagogia que a salve,
sem herança maldita
para se desculpar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, Rousseff!!!!
Rousseff, para onde???

Gilberto Geraldo Garbi é Poeta. Com o perdão de Carlos Drummond de Andrade,  por invocá-lo neste momento imundo do  Brasil.

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