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http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/gilberto-carvalho-se-candidata-ao-papel-de-nixon-de-chanchada-ao-garantir-que-nao-e-ladrao/
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0/12/2014
às 14:25 \ Política & CiaO presente de Ano Novo de Dilma é o Ministério mais mequetrefe da história da República
Um ministério de anônimos, de nulidades, de gente que está lá só porque é dono de legenda ou perdeu a eleição. Não há sequer um Grande Brasileiro no time, o pior da história de 125 anos de República (Ilustração: dreamstime.com)
Voltar de férias é bom, quando se tem paixão pela profissão, como é meu caso. O problema é, após um interregno no exterior, tornar a encarar certas realidades brasileiras — que nos afligem justamente porque gostaríamos que “eztepaiz” fosse muito, mas muito melhor.
São tantas as mazelas que custa apreender as novas, mas avultam dados como o espetacularmente ruim desempenho das contas públicas — o pior em quase duas décadas: o governo da “presidenta” Dilma deveria economizar 99 bilhões de reais para pagar os juros da dívida que ela vem sistematicamente tornando maior, e o resultado pífio, ridículo, foi um… déficit de 19,6 bilhões. A lei imoral que retocou, num passe de mágica, as obrigações que o governo assumira para com o Orçamento não mudam essa realidade, só a tornam mais dramática.
E então começam cortes e restrições – aquilo que o PT espalhou que Aécio Neves faria –, como os anunciados ontem (arrocho no seguro-desemprego, no auxílio-doença, no pecúlio por morte, no abono do PIS), necessários para que a Previdência não vá para o buraco mas justificados pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com reveladora fisionomia patibular, como apenas “ajustes”.
Para não falar, é claro, do escandaloso ministério de nulidades que a presidente vem montando, aos trancos e barrancos, fatiando o poder para partidos ávidos de cargos e vantagens e, curiosamente, sob um coro de reclamações dos próprios aquinhoados.
Fiz questão de pesquisar, demoradamente, os ministérios desde a proclamação da República, em 1899, e cheguei à conclusão de que nenhum — NENHUM — presidente ostentou, até hoje, um gabinete tão mequetrefe, tão insosso e com tantas figuras zero à esquerda como a Dilma versão 2015.
Mesmo presidentes medíocres, até presidentes desastrosos tiveram grandes ministros. João Goulart (1961-1964), em sua gestão destrambelhada, contou com Celso Furtado como ministro do Planejamento e, na Fazenda, com nomes de envergadura e respeitabilidade como os do ex-chanceler San Thiago Dantas ou do professor Carvalho Pinto, um dos melhores governadores da história de São Paulo.
Integraram o ministério de Fernando Collor (1990-1992), entre outros, o professor José Goldemberg, ex-reitor da USP e físico de renome internacional, Ozires Silva, criador da Embraer, o diplomata e intelectual de primeira Sérgio Paulo Rouanet, o sociólogo Hélio Jaguaribe e o cardiologista Adib Jatene, recentemente falecido e respeitado em todo o mundo.
José Sarney (1985-1990) abrigou figuras do quilate do banqueiro Olavo Setúbal, do senador e futuro ministro do Supremo Paulo Brossard, do economista Luiz Carlos Bresser Pereira e do jurista Saulo Ramos.
A mesma história havia ocorrido com presidentes apagados da República Velha, cujas eminências ministeriais poderiam ser citadas às dezenas, de Rui Barbosa a Afrânio de Mello Franco.
Com Dilma, não.
Não há traço de um Grande Brasileiro presente nesse ministério — pelo contrário.
É uma mistura de um ou outro técnico correto com políticos de segunda, perdedores de eleição recompensados com cargo público, donos de legenda cujo principal mérito é exata e somente este, anônimos que se vêem alçados a cargo ilustre única e exclusivamente por pertencerem a partidos “da base aliada” — o critério de boa gestão é o último a contar – e puras e simples nulidades.
Santo Deus, por melhor boa vontade que se tenha para com os indicados por Dilma, quais são as qualidades de gestor público do filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para ocupar um ministério, ainda que o da Pesca?
O que poderá fazer o ex-deputado comunista Aldo Rebelo, político experiente, sem dúvida, mas que nem curso superior concluiu, na pasta de Ciência e Tecnologia?
Na Educação — logo ali, no âmago dos problemas brasileiros — de onde será que Dilma tirou que a solução seria um populista primitivo como o ex-governador do Ceará Cid Gomes, do qual não se conhece um estudo, um discurso, um bilhete sequer que o credencie ao posto?
Além de eventualmente manipular seu smartphone, o que entende de Comunicações o ex-sindicalista bancário Ricardo Berzoini, agora ministro?
Haja paciência, como diria o grande jornalista Fernando Pedreira.
Lula, o Rei da “Camarotização” da Petrobras
Faltando um mês para o carnaval de 2008, Lula determinou que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa desse 1 milhão de reais a cada uma das 12 escolas de samba do Rio de Janeiro.
1) Como não havia tempo para fazer licitações e acompanhamento dos gastos, o assunto foi levado à Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, que ordenou o repasse.
2) Como a área de Comunicação Institucional – na verdade, de propaganda do PT, com orçamento de 1,2 bilhão de reais para felicidade dos blogs sujos – não tinha autorização para fazer patrocínios carnavalescos, o dinheiro foi alocado como “patrimônio imaterial do Brasil”.
3) Como houve um gasto adicional de 4,7 milhões de reais com a organização de dois camarotes – um para a Petrobras e outro para a Diretoria de Abastecimento, liderada por Costa -, o valor do patrocínio ultrapassou com folga os 12 milhões de reais.
As informações, divulgadas nesta segunda-feira pelo jornal ‘Valor Econômico’, foram reveladas pelo ex-gerente de Comunicação da área de Abastecimento da estatal, Geovane de Morais, à Comissão de Apuração de desvios na Comunicação do Abastecimento, entre 2008 e 2009.
Para conseguir a verba, Geovani dissera que “o presidente quer porque quer”. Ou seja:
Um dia após a notícia de que o tema de redação da Fuvest foi a “camarotização” da sociedade, ficamos sabendo que a “camarotização” da Petrobras com dinheiro público acabou em samba.
Mas qual foi a reação do Instituto Lula diante do escândalo?
A de sempre: blindar o ex-presidente, transferindo a responsabilidade dele a seus subordinados. Em nota, o Instituto disse que a fiscalização de patrocínios cabe à Petrobras.
Sérgio Gabriele, presidente da estatal em 2008, respondeu que, na época, houve apuração interna dos desvios e o gerente foi demitido. Geovane foi demitido em 2009, mas permaneceu na Petrobras até agosto de 2013, porque a companhia considerou que ele estava de licença médica e apenas afastado do cargo.
Aloprados
Eu só queria lembrar que, em 2006, Lula responsabilizou o ex-coordenador de sua campanha e então presidente do PT, Ricardo Berzoini, pela escolha dos envolvidos – um “bando de aloprados” – no caso do dossiê contra os tucanos, sem admitir nem mesmo que errou ao escolher os integrantes de sua campanha. Berzoini, repito, foi tão voluntarioso em lidar com a responsabilidade atribuída por Lula que acabou premiado com o ministério das Relações Institucionais e, agora, com o das Comunicações, do qual tenta emplacar a censura à mídia para evitar dores de cabeça como essa de novo.
Eu só queria lembrar que, em 2006, Lula responsabilizou o ex-coordenador de sua campanha e então presidente do PT, Ricardo Berzoini, pela escolha dos envolvidos – um “bando de aloprados” – no caso do dossiê contra os tucanos, sem admitir nem mesmo que errou ao escolher os integrantes de sua campanha. Berzoini, repito, foi tão voluntarioso em lidar com a responsabilidade atribuída por Lula que acabou premiado com o ministério das Relações Institucionais e, agora, com o das Comunicações, do qual tenta emplacar a censura à mídia para evitar dores de cabeça como essa de novo.
Mensalão
Em 2005, quando eclodiu o escândalo do mensalão, Lula afirmou que se “sentia traído por práticas inaceitáveis das quais nunca teve conhecimento”. Era uma referência à cúpula do PT – José Genoino, Delúbio Soares e José Dirceu – acusada pelo então deputado e líder do PTB, Roberto Jefferson, de negociar pagamento mensal a parlamentares em troca de apoio político no Congresso. A cúpula acabou presa e o ex-presidente (maior beneficiário do esquema) agradeceu pelo silêncio voltando atrás no discurso com declarações de que o mensalão não existiu.
Em 2005, quando eclodiu o escândalo do mensalão, Lula afirmou que se “sentia traído por práticas inaceitáveis das quais nunca teve conhecimento”. Era uma referência à cúpula do PT – José Genoino, Delúbio Soares e José Dirceu – acusada pelo então deputado e líder do PTB, Roberto Jefferson, de negociar pagamento mensal a parlamentares em troca de apoio político no Congresso. A cúpula acabou presa e o ex-presidente (maior beneficiário do esquema) agradeceu pelo silêncio voltando atrás no discurso com declarações de que o mensalão não existiu.
Regra geral
O Rei da “Camarotização” da Petrobras dispõe de uma série de bajuladores para responsabilizar quando a coisa fica preta para o seu lado. Em seja qual for o escândalo, a regra é clara:
O Rei da “Camarotização” da Petrobras dispõe de uma série de bajuladores para responsabilizar quando a coisa fica preta para o seu lado. Em seja qual for o escândalo, a regra é clara:
A culpa é do Lula, ele coloca em quem quiser.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
Tags: Aloprados, camarote, Delúbio Soares, José Dirceu, José Genoino, Lula, mensalão, Petrobrás, Petrolão, PT, Ricardo Berzoini
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