Governo de saia justa
Hélder Cordeiro - Jornalista
O ex-presidente
Lula construiu em 2010 uma falsa imagem sobre Dilma Rousseff - de habilidosa política
e competente administradora. Tudo para eleger Dilma presidente da República. Pagou
mídia publicitária com dinheiro do governo e da Petrobras. Induziu eleitorado acreditar
numa invencionice de Dilma cara dura e ilibada. Eleita, Dilma confirmou no ato de
posse - não admitir convivência pacífica com corruptos. Deu a senha para a
largada que necessitava o Brasil: desenvolver com bem-estar social. No primeiro
ano de gestão iniciou notória faxina, afastando vários ministros aliados de Lula
e citados em corrupção. Levou às alturas as sublimes esperanças do povo brasileiro,
decepcionado com o mensalão e com as primeiras denúncias do "petrolão/Petrobras".
Com maestria, mais uma vez Lula direcionou a
mídia a divulgar que não existir corrupção, tanto que, ele não sabia de nada.
Mandou Dilma afagar os corruptos da "faxina" e retorná-los para opinar
sobre nomeações no governo. Caiu o véu da gerente competente e de não ter convivência
pacifica com os corruptos. Foi reeleita para um governo segundo sem rumo.
Neste final de
semana, em entrevista, o respeitável senador Pedro Simon afirmou que o petismo
foi a maior decepção de sua carreira política e Dilma se vergou ao toma lá dá
cá, ficando igual aos outros. Concluiu - "Nunca vi um momento tão
dramático como este que o país vive. Estamos diante de um dos maiores
escândalos de corrupção do mundo". Opinião semelhante tem a senadora
petista Marta Suplicy - "Ou o PT muda ou acaba". Durante mais de 30
anos, o petismo enganou a maioria do eleitorado brasileiro. Com a impossibilidade
de se perpetuar poder, o governo de Dilma está agora numa tremenda saia justa. Dramática
incerteza e patinação. Como chegar a porto seguro com crescimento econômico e
bem-estar social.
A explícita incompetência
da gerente Dilma Rousseff a levou ser refém dos aliados "toma lá dá cá".
Situação agravada com o que ainda possa ser revelado pelo "Escândalo Petrolão/Petrobras"
e sem projeto nacional de governo está derivando, a exemplo de não ter afastado
os auxiliares citados no "petrolão"; nomeado novos ministros com
reputações duvidosas; e, de ter plena certeza que nada vai conseguir no
Congresso Nacional sobre combate a corrupção nem muito menos reforma política
que possa colocar o Brasil nos trilhos.
Dilma só tem
uma vereda para caminhar - impor sacrifício à classe trabalhadora: com inflação;
aumento na carga tributária e nos preços das tarifas públicas; redução dos
direitos conquistados; e, ainda pior, não investir no bem-estar social. O país
bateu na lona. Existe saia mais justa?
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