A CIRANDA DOS RATOS
Estou na ciranda de ratos famintos
Todos a querer morder minha face
Estamos todos na represa dos mortos
E os rios trafegam como deuses,
Ao largo,
Tentando demonstrar não entender nada
Levando árvores e mitos,
Deixando trilhas e caminhos
Intrafegáveis, cheios de pântanos,
Pânico e borra.
Estamos todos na represa dos mortos,
Não necessariamente mortos,
Quase mortos, quase vivos
Quase tudo, quase nada,
Nessa ordem.
A falha em não morrer completamente
É a mesma em não viver completamente
Os coiotes urram,
Urramos todos à lua cheia
Para nada,
Para esboçar apenas o medo
Em passar a existir parcialmente
E os dias e noites se vão em parte
Os jornais não são lidos em parte
A vida é morrida aos pedaços
Moradia de dúvidas
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