História e homenagens abrem comemorações dos 65 anos da Faculdade de Medicina
Aconteceu na manhã de hoje (6), a solenidade de abertura das comemorações dos 65 anos de fundação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Foi no Auditório Paulo Marcelo, no Campus do Porangabuçu, tendo como homenageados os médicos Maria José de Carvalho Cruz, ex-aluna de maior idade, e Raimundo Hélio Cirino Bessa, orador da primeira turma de formados pela Faculdade. O Prof. Elias Salomão, ao fazer sua saudação pelo transcurso da data, lembrou sobre como surgiu a ideia de criar uma instituição de ensino médico no Ceará, em 1939. “Foi quando da visita a Fortaleza do Prof. Antonio Austragésilo, grande nome da medicina nacional, hóspede do Dr. Juradyr Marães Picanço, seu antigo e querido aluno”.
Na ocasião, o Prof. Luciano Bezerra Moreira, Diretor da Faculdade, enfatizou o momento atual da instituição que, para ele, “é um bebê de fraldas” se comparada a outras faculdades mundo afora que contam séculos. Citou as reformas e obras que estão em andamento, relativas à infraestrutura, como um prédio de cinco andares que, em breve, abrigará laboratórios de habilidades, salas de aula, programa de pós-graduação e, em outra área, um amplo refeitório. “Estamos numa fase de plantar para colher em 2014”, assegurou.
Ex-aluno da Faculdade, graduado em 1975, o Vice-Reitor da UFC, Prof. Henry Campos, admitiu, no início de seu pronunciamento, que seu vínculo com aquela unidade acadêmica transcende à relação profissional, ”pois é uma extensão do meu lar, da minha família”, acrescentando que “mais do que uma satisfação, é um orgulho participar dos atos comemorativos de 65 anos da Faculdade de Medicina”. “Se inicio minhas palavras com esta exposição de meus sentimentos é porque sei que a mesma devoção, a mesma querença, anima todos aqueles que aqui se encontram e que se incluem entre os 7.374 médicos já formados por esta casa”, complementou o Prof. Henry Campos.
PIONEIROS – Das mãos da Profª Yacy Mendonça, o médico cardiologista Raimundo Hélio Cirino Bessa, natural de Maranguape, recebeu homenagem em forma de placa, em reconhecimento à sua carreira profissional e por ter sido graduado na primeira turma, em 1953. O Prof. Henry Campos, quando discursou, relembrou que Hélio Bessa fora médico de sua avó, “aquele médico de família que atendia prontamente os chamados dos pacientes”.
A médica nefrologista Maria José de Carvalho Cruz falou em nome dos homenageados e afirmou que aquele momento era o ponto mais alto de sua vida, de 91 anos, ao longo da qual destacou como importante “o amor à família e ao próximo, o trabalho, o respeito aos amigos, saber pedir perdão e perdoar e agradecer a Deus o dom da vida”. Ela nasceu em Jaicós (PI), em 1922, sendo a oitava e única mulher em meio a sete irmãos; não fez curso primário porque em sua cidade não existia. Alfabetizada pelo pai, chegou a Teresina aos 13 anos para ingressar no ginasial. Em 1941, veio residir em Fortaleza e, para não ficar longe dos pais, decidiu fazer Faculdade de Odontologia, embora quisesse, desde criança cursar Medicina, graduação que ainda não existia no Ceará.
Para a Faculdade de Medicina fez vestibular em 1957, com quase 35 anos de idade. Já era dentista dos Correios e, na empresa, passou a atender no turno da noite, porque tinha aulas pela manhã e à tarde. Terminada a graduação, especializou-se em Nefrologia pela Universidade de São Paulo. Assegurou Maria José que, como dentista, teve mais recompensa financeira, mas como médica conseguiu mais satisfação pessoal, porque fazia de “cada paciente um amigo”. E para justificar o que afirmava, passou a contar o episódio de uma garota que atendeu, com grave doença renal e que estava em Fortaleza temporariamente, por causa do trabalho do pai. Quando a garota, já curada, e sua família foram despedir-se para regressar à cidade de origem, o pai perguntou à menina o que ela queria ser quando crescesse e ela respondeu: “quero ser a Dra. Maria José”. Anos depois recebeu em casa o convite de formatura, em Medicina, daquela garota.
HISTÓRIA – Embora ainda em 1939 tenha sido lançada a ideia de fundar uma Faculdade de Medicina em Fortaleza, o projeto foi adiado por causa da eclosão da 2ª Guerra Mundial; tendo sido retomado apenas em 1946, durante o Congresso de Médicos Católicos. Foi quando regressaram à cidade médicos cearenses (formados em outros centros) que também estagiaram no exterior, “uns jovens sonhares”, como lembrou na solenidade o Prof. Elias Salomão.
Foi fundada, então, a Sociedade Promotora da Faculdade de Medicina, formada por César Cals de Oliveira (presidente de honra); Jurandir Marães Picanço (presidente); Antonio Jorge de Queiroz Jucá (1º secretário); Alber Furtado de Vasconcelos (2º secretário) e Eliezer Studart da Fonseca (tesoureiro). Além da diretoria, compunham comissões organizadoras: Haroldo Gondim Juaçaba, Juvenil Hortêncio de Medeiros, Walter de Moura Cantídio, Raimundo Vieira Cunha, Waldemar de Alcântara e Silva, Josa Magalhães, João Batista Saraiva Leão, Tarcísio Soriano Aderaldo e Fernando Leite.
O trabalho deles surtiu efeito, e no dia 13 de abril de 1948 o então Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, e o Ministro da Educação daquela época, Clemente Mariani, assinaram o Decreto que dava ao Ceará o privilégio de ter um curso médico. Foi criado o Instituto de Ensino Médico do Ceará, tendo João Batista Saraiva Leão como diretor. O primeiro vestibular teve 85 candidatos para 60 vagas, dos quais apenas 10 foram aprovados. E somente três colaram grau: Ana Nogueira Gondim, Hilda de Souza Magalhães e Raimundo Hélio Cirino Bessa.
No dia 12 de maio de 1948, o Prof. Alfredo Monteiro, Diretor da Faculdade Nacional de Medicina, proferiu a aula de sapiência, ficando instalada a Faculdade de Medicina mantida pelo Instituto de Ensino Médico. A data dá nome ao Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina da UFC. Em 27 de março de 1951, foi divulgado Decreto no qual o Presidente Getúlio Vargas e o Ministro da Educação Simões Filho reconheciam o curso de Medicina, que passou a se chamar Faculdade de Medicina do Ceará. Funcionava em prédio na Praça José de Alencar, tendo se transferido para o Porangabuçu em 1957.
REALIDADE – A Faculdade de Medicina da UFC, como poucas instituições de sua natureza e do seu porte, está sintonizada com a realidade circundante. Esta é a “casa de força que alimenta um importante complexo hospitalar, formado pelo Hospital Universitário Walter Cantídio e pela Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, dispondo de rede básica do SUS e responsabilizando-se por centenas de milhares de consultas, exames e internações”, destacou o Prof. Henry Campos.
O Vice-Reitor falou também da expansão da Faculdade “para dar conta de uma demanda por ensino público gratuito e de primorosa qualidade, demanda reprimida durante décadas no Ceará”. Temos unidades estabelecidas nos campi de Sobral e do Cariri, “onde estamos formando profissionais médicos a partir de um conteúdo curricular ético e humanístico, que torna necessária a compreensão, conhecimento e prática do Sistema Único de Saúde”. O Prof. Henry Campos foi o porta-voz formal da saudação e das congratulações do Reitor Jesualdo Farias, que se encontra em viagem de trabalho. O Reitor lamentou a impossibilidade de comparecer à solenidade, que abre o calendário das festividades. ”A saudação de que sou portador emana de toda a comunidade acadêmica que ora represento e que se irmana à Faculdade de Medicina para festejar o passado, discutir o presente e traçar planos para os próximos 65 anos”, concluiu.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: 3366 7331
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Profª Welbaneide Luna lança livro-coletânea de fotografias
Docente do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da Universidade Federal do Ceará, a Profª Welbaneide Luna de Araújo lança, no próximo dia 8, às 19h, o livro Fotografia e Sensibilidade. O lançamento ocorrerá no espaço cultural do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará – ADUFC (Av. da Universidade, 2346, Benfica).
Com 94 páginas, a obra reúne uma retrospectiva de 65 fotografias analógicas em preto e branco, obtidas com luz natural e sem edição, tiradas durante mais de 10 anos em locais de Fortaleza, Cumbuco, Canoa Quebrada e Colônia do Estevão (Aracati). As imagens estão distribuídas sob as temáticas "Praias e quintais", "A infância" e "Urbanos". Acompanham as fotos poemas bilíngues a elas relacionados, todos de autoria da professora e fotógrafa. De acordo com a autora, a essência da publicação reside em captar o cotidiano das pessoas que habitam aqueles locais, abordando suas relações de amor, família e trabalho.
A publicação do livro foi viabilizada através de edital da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com apoio da Fundação Beto Studart.
Fonte: Profª Welbaneide Luna, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica – fones: 85 3066 1818 / 9981 9323
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Universidade Federal do Ceará - UFCCoordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional
(85) 3366.7331 / 3366.7332
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