Ciência, Tecnologia e
Agricultura.
Antonio de
Albuquerque Sousa Filho*
A Academia Cearense de Ciências
promoveu uma palestra do Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado,
Professor Renê Barreira, que abordou as diferentes metas de sua pasta. Na ocasião
aproveitamos para levantar a questão da ausência de criação de um Instituto de
Pesquisa Agropecuária do Estado.
O Ceará parece ser um Estado rico
e esbanjador: já tivemos uma Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária (EPACE) além
de outros órgãos ligados ao suporte da Agricultura que foram extintos. Seus
acervos foram jogados fora e os recursos humanos (muitos com mestrado e
doutorado) dispensados. Poderíamos acrescentar ainda desperdício de projetos e
programas de vultosos recursos financeiros, com resultados não concluídos ou interrompidos
por caprichos pessoais e/ou interferências politicas.
A Agricultura dominante no nosso
Estado - principalmente no semiárido - é a secular da prática de queimada, do plantio
morro acima, da falta de tratos culturais adequados, do uso excessivo e
irracional de agrotóxicos, da ineficiência na utilização de água e de
variedades de culturas agrícolas (incluindo forrageiras) de longo ciclo para
produzir.
Precisamos com urgência de um
Instituto de Pesquisa Agropecuária com pessoal bem qualificado, salário condizente,
estrutura moderna e enxuta, localizado no interior, capaz de manter convênios
com entidades nacionais e internacionais de renome, dotado de bom suporte financeiro
(certos recursos do governo federal e de entidades internacionais só são liberados
para pesquisa com existência de devida estrutura estadual) - e dirigentes com visão
empreendedora, pois Ciência e Tecnologia em qualquer área do conhecimento só
tem qualidade se a meritocracia dominar acima de apadrinhamentos e interesses
pessoais.
(Publicado no jornal O Povo do dia 23/05/2013).
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