Posted: 20 May 2013 08:31 AM PDT
Quando eu entrei na universidade, já me dizia marxista - também, pudera!, tudo o que minhas professoras de história e de geografia do ensino médio me ensinaram foram teorias marxistas. Daí que, ao tomar contato com as ideias de Marilena Chaui, minha primeira impressão foi positiva. Quem começou a desfazê-la, já na graduação, foi Antonio Carlos Robert de Moraes, meu professor e orientador de iniciação científica e de mestrado. Embora ele também fosse marxista, alertava que as pessoas não se davam conta de que existem duas Marilenas Chaui: uma é a filósofa da USP que se dedicava a escrever calhamaços sobre Espinosa; a outra é a militante petista que participa do debate político nacional. A primeira é uma intelectual competente, mas a segunda se alinha com tudo o que o marxismo já produziu de mais simplificador e obscurantista.
O tempo só provou que ele tinha toda a razão. A cada dia que passa, mais essa senhora se revela uma caricatura perfeita do intelectual engajado, isto é, daquele tipo de intelectual para quem não existe neutralidade política no ensino e na pesquisa científica e que, por isso mesmo, não vê problema nenhum em apelar para todo tipo de mentira, preconceito e de manipulação de emoções para fazer triunfar as ideologias em que ele acredita. Isso ficou claro quando Chaui aceitou o estelionato eleitoral do PT sem dar um pio e escancarou-se quando ela saiu a gritar que o mensalão foi uma farsa montada pela imprensa golpista.
Mas, como se tudo isso já não fosse mais do que suficiente para vermos até onde pode descer um intelectual descompromissado com a objetividade do pensamento, ela ainda nos brindou com mais uma demonstração bizarra ao proferir uma palestra sobre o lançamento do livro 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma, organizado por Emir Sader (ver aqui). Após um preâmbulo sobre o conceito marxista de classe social, eis que ela vomitou o seguinte:
Já se disse que os leninistas usavam deliberadamente a tática de acusar os outros de fazer o que eles faziam. Bem, tudo de que Chaui acusa a classe média cabe melhor como acusação aos militantes do PT e dos "movimentos sociais" que dividem com esse partido o butim do Estado. Vejamos:
Enfim, os adjetivos que Marilena Chaui usa para vilipendiar a classe média são a mais pura demonstração de preconceito, já que ela não apresentou evidência alguma para provar que existe uma categoria social que, simplesmente por ser o que é, pensa e se comporta do modo como ela descreveu. Trata-se aí de uma teoria da luta de classes nutrida de preconceito e que dá a este uma justificativa falsamente científica, exatamente como ocorre com as teorias racistas - até o sentimento de ódio é igual. Ver a respeito o excelente texto de Flávio Morgenstern sobre o conceito marxista de classe social e a fala hidrófoba de Chaui.
Por outro lado, se quisermos demonstrar que os petistas e seus aliados nos "movimentos sociais" exibem práticas e discursos que se assemelham aos do fascismo e do comunismo, não é difícil encontrar exemplos concretos para embasar a avaliação, conforme visto. E que se note: militar no PT ou num "movimento social" qualquer é uma escolha individual, não uma condição. Avaliações embasadas em fatos e que tratam de grupos que se organizam voluntariamente em prol de certas bandeiras nada tem de preconceituoso. A maior abominação política do Brasil é o PT.
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e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Marilena Chaui acusa a classe média de ser o que o PT é
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