Na realidade, quando o
nosso colega de turma da Faculdade de Direito da UFC, Venelouis Xavier, se
transmudou deste frágil mundo para o outro lado da verdadeira vida, ou seja, a
eternidade, pensávamos que o jornal o Estado ia se acabar. Ledo engano, os seus
filhos o fizeram crescer, pois deram-lhe o novo brilho e nova estampa a ponto
de nos deixar fascinado com a síntese de suas notícias. Destarte, para quem não
sabe, é ele o resumo de outros dois valorosos periódicos, ou mais precisamente o
Diário do Nordeste e o O POVO. Foi o dito jornal nosso professor, porquanto
quando viemos para cá a mando de nossas valorosa e inteligentíssima Tia Maroca,
que também já demandou para o mundo da eternidade, sim, porque bem entendida
que em Almino Afonso-RN não havia mais espaço para que pudéssemos desenvolver o
nosso dom de querer prosperar a qualquer custo. Porém, em chegando, ficamos sem
frequentar escola por razões que até hoje não entendemos, então com a pequena
alfabetização que logramos em seis meses com a professora Idelzuíte, na Velha
Caieira, hoje Almino Afonso, nome que recebeu em homenagem ao ilustre filho
nascido no sítio Croatá, que de lá veio e se projetou aqui no Ceará, cuja
história já contamos em prosas nas páginas da imprensa escrita, principalmente
do Diário do Nordeste, que sempre nos faz recordar o nome do desbravador e
impulsor do progresso dessa terra, o saudoso empresário Edson Queiroz.
Daí a razão por que todas as manhãs
pegávamos o jornal O Estado, que era colocado na porta da casa onde morávamos,
e lia todas as notícias, principalmente a respeito da guerra, com especial
atenção das tropas expedicionárias brasileiras, que lutavam no Vale do Rio Pó
na Itália. Além disso, compramos uma pequena gramática chamada Gaspar de
Freitas e passamos a decorar todos os verbos, isto é, irregulares e regulares,
só um de cada conjugação, podia aqui acolá uma pessoa para ditar um trecho para
que pudéssemos saber quantos erros cometíamos.
Mesmo assim, sempre estávamos com o
jornal O ESTADO conferindo a redação das suas páginas, e dizíamos, cá entre
nós, ainda vamos escrever assim também, pois ainda estávamos na etapa do
analfabeto funcional, que é aquele de quem, não entende nada do que lê. O
anterior é pior, pois só faz um ó com uma quenga. Contudo, é menos prejudicial
do que o segundo, este vende o voto, e sufraga-o com acerto, o nome do
comprador. Já o da quenga vende-o, mas vota quase sempre errado.
Enfim, temos 70% da população deste
dois tipos de desletrados. Daí a causa do nosso subdesenvolvimento.
Se não educar essa gente, e
continuar o PT, aplaudindo a impunidade e confiado na bolsa eleitoreira, àquele
que não morrer de fome, será assassinado à bala, como vem ocorrendo
Edgar Carlos
de Amorim
Escritor
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