Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 7 de maio de 2013

Jornal O Estado



                Na realidade, quando o nosso colega de turma da Faculdade de Direito da UFC, Venelouis Xavier, se transmudou deste frágil mundo para o outro lado da verdadeira vida, ou seja, a eternidade, pensávamos que o jornal o Estado ia se acabar. Ledo engano, os seus filhos o fizeram crescer, pois deram-lhe o novo brilho e nova estampa a ponto de nos deixar fascinado com a síntese de suas notícias. Destarte, para quem não sabe, é ele o resumo de outros dois valorosos periódicos, ou mais precisamente o Diário do Nordeste e o O POVO. Foi o dito jornal nosso professor, porquanto quando viemos para cá a mando de nossas valorosa e inteligentíssima Tia Maroca, que também já demandou para o mundo da eternidade, sim, porque bem entendida que em Almino Afonso-RN não havia mais espaço para que pudéssemos desenvolver o nosso dom de querer prosperar a qualquer custo. Porém, em chegando, ficamos sem frequentar escola por razões que até hoje não entendemos, então com a pequena alfabetização que logramos em seis meses com a professora Idelzuíte, na Velha Caieira, hoje Almino Afonso, nome que recebeu em homenagem ao ilustre filho nascido no sítio Croatá, que de lá veio e se projetou aqui no Ceará, cuja história já contamos em prosas nas páginas da imprensa escrita, principalmente do Diário do Nordeste, que sempre nos faz recordar o nome do desbravador e impulsor do progresso dessa terra, o saudoso empresário Edson Queiroz.
            Daí a razão por que todas as manhãs pegávamos o jornal O Estado, que era colocado na porta da casa onde morávamos, e lia todas as notícias, principalmente a respeito da guerra, com especial atenção das tropas expedicionárias brasileiras, que lutavam no Vale do Rio Pó na Itália. Além disso, compramos uma pequena gramática chamada Gaspar de Freitas e passamos a decorar todos os verbos, isto é, irregulares e regulares, só um de cada conjugação, podia aqui acolá uma pessoa para ditar um trecho para que pudéssemos saber quantos erros cometíamos.
            Mesmo assim, sempre estávamos com o jornal O ESTADO conferindo a redação das suas páginas, e dizíamos, cá entre nós, ainda vamos escrever assim também, pois ainda estávamos na etapa do analfabeto funcional, que é aquele de quem, não entende nada do que lê. O anterior é pior, pois só faz um ó com uma quenga. Contudo, é menos prejudicial do que o segundo, este vende o voto, e sufraga-o com acerto, o nome do comprador. Já o da quenga vende-o, mas vota quase sempre errado.
            Enfim, temos 70% da população deste dois tipos de desletrados. Daí a causa do nosso subdesenvolvimento.
            Se não educar essa gente, e continuar o PT, aplaudindo a impunidade e confiado na bolsa eleitoreira, àquele que não morrer de fome, será assassinado à bala, como vem ocorrendo
               
Edgar Carlos de Amorim
Escritor

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