Vicente Alencar
Jornalista e Radialista
21 de março de 2013.
Alguns noticiários fizeram um verdadeiro escarcéu nestes últimos dias, mostrando a falta de professores, na realidade do Ensino Brasileiro, atualmente. É fato que não poderia causar nenhuma surpresa, a nenhum dirigente escolar, a nenhum representante político - vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, prefeito, governador -, seja de que esfera for, seja de que agremiação partidária pertença, inclusive, aquelas bem mais mentirosas que outras, que dão a nítida impressão de que ajudam a quem trabalha, porém, na realidade, são perseguidores de quem ganha o pão do dia a dia, honestamente.
Durante toda a minha longa vida de Imprensa, sempre pude acompanhar mentirosos, cafajestes, que se envolvem junto à população mais pobre, no triste intuito de enganá-la e retirar dela a única coisa que poderia ajudá-la: o voto. Até este, mesmo, é roubado, surrupiado, comprado e utilizado como elemento de meio de ligação entre a pobreza e o Poder. O voto do pobre ajuda ao rico, mas, não há nenhuma reciprocidade no ato.
Dito isto quero chegar a um ponto importante, para o ontem, para o hoje e para o amanhã.
A remuneração do professor, praticamente, não existe. Uma das profissões mais desprezadas no Brasil é a de Professor, embora paradoxalmente, uma das mais mais importantes, senão a maior de
todas.
O que percebe uma professora do antigo Jardim da Infância, hoje Maternal, do antigo Curso Primário, hoje Ensino Fundamental e Médio, envolvendo o antigo Curso Ginasial, é uma aberração. Para 40 horas-aula por semana se paga bem menos que dois mil reais, o que é muito grave e triste. Muitas percebem um salário mínimo e, até menos que isso, para repassar a luz do saber a quem está começando a viver.
Que dizer de um país que está entre os 165 analisados no mundo,
numa posição de 69º? Não tem muita coisa a discutir.
O que desejo afirmar, repetindo aqui, estas informações sujas e mal cheirosas, no tocante ao ensino mal pago e mal compreendido?
Apenas uma observação: os professores vão desaparecer, mesmo, em grande escala e, ficarão apenas alguns, poucos. E não está longe o dia em que isso vai ocorrer.
A culpa de quem é?
Analisando-se, apenas, por cima do problema, sem querer aprofundar, encontramos uma resposta rápida: a má remuneração!
Ninguém vive de brisa ou de promessa.
É preciso pagar para se conseguir um (a) bom (boa) professor (a). Conheço dezenas de pessoas, para não dizer centenas, que poderiam comandar uma Sala de Aula, nas mais diversas disciplinas,
e muito bem, com gabarito. Inclusive, colegas com quem me graduei, na área de ensino. De minha turma de Licenciatura, hoje, ninguém mais está no "batente". Os poucos que resistiram, após uma alavancada de todos pelo ensino, e que foram deixando pouco a pouco, já se aposentaram.
Os péssimos salários pagos pelas escolas particulares e aquelas do Governo, seja em que nível for, não impressionam. São salários que chegando-se ao somatório final, são menores que aqueles de profissões outras, como pedreiro, motorista e marceneiros instaladores, torneiros mecânicos, eletricistas, borracheiros e muitas outras.
E o lucro das E$colas é terrivelmente enorme. Duas crianças, três, nem chegando a quatro, pagam por mês acima de R$ 600 reais, pagando os ordenados de um professor de primeiro e segundo grau.
Agora, todos nós perguntamos: como querem professores em sala de aula, se nenhum deles é bem remunerado?
E não é preciso cobrar mais do que cobram atualmente, prejudicando os pais. É necessário, apenas, que os comerciantes do ensino baixem, um pouco, seus lucros e invistam no Ensino como instrumento de Honra e de Saber.
Ou, será que vão querer continuar como o que foi registrado nas últimas provas do ENEM, que o povo, sabiamente, chama de EU NÃO ESTUDO MAIS!
Frases pobres, sem criatividade, erradas, uma nojeira.
Minhas Senhoras, Meus senhores, comerciantes do Ensino e Senhores Políticos, professores existem, porém, eles para trabalhar
também, comem, vestem, pagam contas de água, luz, telefone, também despesas com consultas médicas, precisam ir a um cinema, um teatro, fazer uma pequena viagem. Mas, não podem, não tem dinheiro para isso.
Pensem nisso e, por favor, paguem. É PRECISO PAGAR aos professores, um pouco mais!
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