Comemora-se o dia da árvore, em 21 de setembro.
É uma data para reflexões e questionamentos. As árvores são nossas companheiras de viagem, mantenedoras de nossas vidas. Qualquer que seja sua espécie, elas fazem parte dos biomas da vida. “Ou flores ou frutos ou sombra darão”, além de renovar o ar que respiramos.
Lembro-me, já distam algumas décadas, cursava eu o terceiro ano primário, no Grupo Escolar Gonçalves Dias, sendo minha professora Consuelo, uma senhorita esbelta, de olhos vívidos e rigorosa em seus ensinamentos. Minha prima Isabel, a quem inda hoje chamo de priminha, compromisso de fogueira junina, também estudava na mesma classe. Como éramos ‘adiantados’, a professora encarregou-nos de recitar, num programa da rádio local, Rádio Mearim de Caxias, este poema gonçalvino, exatamente, no dia da árvore, após todos os alunos participarem do plantio de algumas pequenas árvores, em pontos adrede preparados, em torno da praça do grupo escolar. Embora alguns denominem-no de ‘A uma poetisa’, ele foi dedicado à Adélia Fonseca, a qual nomina de ‘Safo cristã’. Avó de Honorina de Abreu, que se tornou freira carmelita descalça, no Convento de Santa Tereza, Rio de Janeiro, com o nome de Madre Maria José de Jesus e encontra-se em processo de beatificação pela Igreja Católica.
Eis o poema que apresentamos, em dueto:
— Donde vens, viajor?
— De longe venho.
— Que viste?
— Muitas terras.
— E qual delas mais te soube agradar?
— São todas belas; fundas recordações de todas tenho.
— E admiraste o que?
— Ah! onde as flores
Cada vez a manhã tornam mais linda,
Onde gemeu Paraguaçu de amores
E os ecos falam de Moema ainda;
Ali, Safo cristã, vigem formosa,
A vida aos sons da lira dulcifica:
D’escutar a sereia harmoniosa
O de vê-la, a vontade presa fica!
(Pedro Bezerra de Araújo, Pierre Nadie)
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