AS AGUAS-MARINHAS DA RAINHA ELISABETE
Quando fui fazer
conferência na faculdade da USP de Ribeirão Preto, em 1979, tive a alegria de
ali encontrar meu colega de turma Armando Gil de Almeida Neves. Astro da
bioquímica da escola de Baeta Viana, ele examinava uma tese na mesma
faculdade. Ele então me propôs dispensar o carro que me levaria de
volta. Era para eu voltar em seu avião. Perguntei: você conhece bem o
piloto?, ele pilota bem? E ele: conheço até demais, porque o
piloto será um tal de Armando Gil... Como se percebe ele integrou o
grupo de colegas ricos que fingiam ser pobre. Sendo neto, é herdeiro do coronel
pessedista Manuel de Almeida - o senhor das pedras
azuis (águas-marinhas) -, responsável pelo nome de Pedra
Azul dado à cidade de seu latifúndio, pleno de gemas. Ao Manuel coube o
privilégio de lançar a candidatura Kubitschek a governador. Também foi ele quem
dera um conjunto seleto de pedras de sua lavra a Getúlio Vargas. Ao saber
disso, Assis Chateaubriand lhe encomendou um punhado de mesma pureza e beleza,
de que fez um colar presenteado a Elisabete II. Pediu para escolher sem se
preocupar com o preço e Manuel disse que seria grátis como o presente a
Getúlio. Juscelino soube que a rainha admirava ciumentamente aquele regalo.
Encomendou então uma tiara e Manuel também nada cobrou Com essas deslumbrantes
jóias, a rainha aparece ainda hoje nas ocasiões mais nobres.
[Essa é a verdadeira origem de tais aguas marinhas. Na internete
apareceram versões inverídicas.]
Publicado antes em 2018.
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