Reino da Glória III
Geraldo Duarte*
Artiguetes publicados sobre o Reino da Glória ensejaram indagações acerca da notável personagem. Quem era Glorinha? Qual sua história e como se tornou ícone na terra do Padre Cícero?
Busquei informações oficiais e oficiosas visando complementar os escritos a respeito dessa lembrável figura da vida citadina.
Maria da Glória Pereira seu nome. Nascida em 1921, ela e a mãe, naturais de Tauá. Mudaram-se para o Crato no final da década de 1930, onde se fixaram.
A genitora, diziam ser louceira. Glória costureira e mais especializada na confecção de camisas masculinas.
Esse ofício, com o atendimento a clientes de ambos os sexos, conduziu a encontros casuais em sua residência. E, daí, a relacionamentos furtivos de casais. Surgiu, assim, a Glorinha alcoviteira. Depois, cafetina. Dona de famoso cabaré e, segundo os frequentadores, nunca prostituta.
Estatura mediana, franzina, morena clara, cabelos forçados a louros, pois oxigenados, elegante, educadíssima, respeitada e respeitadora. Os finos vestidos, os sapatos salto Luiz XV e as ricas joias adornavam-lhe sempre.
Casou-se com Jacó Cortês e adotaram um menino. Faleceu em outubro de 2001.
A importância de Maria da Glória Pereira no município comprova-se, até o presente, por constar em páginas de livros, jornais, revistas, literatura de cordel e trabalhos acadêmicos.
A doutora Lourdes Rafaella Santos Florencio, na tese “O ‘Reino da Glória’ e a Moral Católica: Memórias sobre a Educação Feminina e a Prostituição na Cidade do Crato – CE”, 2016, na Faculdade de Educação da UFC, dedicou-lhe o capítulo “O Glorinha: o Cabaré que ficou na História”.
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